Abre hoje o espaço aéreo inter-ilhas. E as ligações ao exterior da Região?

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O mote foi lançado pelo Presidente do PSD/Açores. 1 de junho, Dia da Região, deveria ser escolhido pelo Governo Regional como o dia em que a SATA Air Açores regressaria aos céus da Região, iniciando, após um período de paragem forçado, as ligações aéreas inter-ilhas.
Mas a esta sua proposta juntou a necessidade de, para a realização desses voos, se acautelarem as devidas medidas de segurança, com a definição de regras concretas para a mitigação do risco de deslocação dos açorianos de uma ilha para outra.
O Presidente do Governo não demorou a responder-lhe. Decidiu antecipar em três dias a data proposta para o começo das viagens aéreas inter-ilhas, talvez já a pensar no fim-de-semana prolongado e na previsível deslocação dos açorianos.
Com o surto completamente controlado em todas as ilhas dos Açores e com a entrada na Região de passageiros pelas gateways de São Miguel e Terceira – a tal obrigação de assegurar a continuidade territorial que António Costa impôs à TAP – sujeita ao regime da “quarentena voluntária”, há agora que pensar urgentemente em dinamizar a economia interna. E a melhor forma de a iniciar é promovendo as viagens aéreas de passageiros entre as várias ilhas do arquipélago.
Se o facto de vivermos em ilhas, aliado à suspensão das ligações aéreas, nos permitiu um rápido isolamento do exterior e a consequente salvaguarda da proliferação do vírus na Região, não podemos, no momento em que se caminha em Portugal continental e em vários países europeus para um aliviar das medidas restritivas impostas, perder o comboio de reavivar a nossa economia, sobretudo a das ilhas mais pequenas, sob pena de se assistir a uma degradação económica da Região, com difíceis contornos de superação nos tempos mais próximos.
E, para já, o setor que mais necessita desse empurrão é, sem dúvida, o do Turismo. Isto porque foi ele o grande motor do desenvolvimento económico açoriano nos últimos anos. Os estabelecimentos hoteleiros e o alojamento local, os cafés, a restauração e o whale watching, as rent-a-car e, por arrasto, o comércio local, necessitam de clientes que lhes permitam obter algumas receitas para manterem a porta aberta, e, se não há ainda turistas vindos do exterior, nada melhor do que fomentar o comércio e o turismo interno através das viagens inter-ilhas.
Partilho, por isso, da opinião de Artur Lima, presidente do CDS/PP nos Açores quando afirma que é importante “começar a dar oxigénio à nossa economia”. Sem quarentenas ou obrigatoriedade de apresentação de testes de despiste à Covid-19, o movimento interno aéreo de passageiros que agora se retoma dará um sinal claro à população que viajar cá dentro é seguro.
E para quando as ligações aéreas ao exterior? Estas trazem consigo riscos certamente, mas a diferença entre um arranque imediato e esperar mais quinze dias, poderá corresponder à “morte” de muitos daqueles que fazem desse setor a sua profissão.
Na verdade, há alguns dias que damos conta que os portugueses continentais já estão a escolher o seu local seguro de férias dentro do país, com o Algarve, o Alentejo e o Douro no topo das preferências. E há países como a Alemanha e o Reino Unido que estudam a criação de corredores aéreos turísticos para os seus cidadãos viajarem em segurança para o Algarve durante o período de veraneio, permitindo alavancar o turismo dessa região.
Perante esta indecisão governamental de pôr termo às restrições, depois de os portugueses já terem marcado as suas férias de verão, o que nos restará? Neste difícil período poderá não ser suficiente para atrair o turista, que viajará de avião, dizer que somos um destino seguro, sustentável e de natureza.
É preciso mais. É preciso que vingue a confiança. E essa é a tarefa mais árdua de conseguir incutir nos cidadãos.

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