O deputado à Assembleia da República Paulo Moniz denunciou hoje que o projeto a concurso para a substituição dos Cabos Submarinos entre o Continente e as Regiões Autónomas “não assegura a nova ligação entre São Miguel e a Terceira, sendo esta mantida com um cabo com mais de 25 anos”, o que considerou como “uma lacuna gravíssima”.
“Na configuração do novo anel, segundo a topologia prevista, e pelo que disse o Senhor Ministro [das Infraestruturas], que foi a concurso ontem, não está assegurada a reestruturação dessa ligação, e essa é uma enorme preocupação, pois é grave que haja essa falha, que retira a capacidade de securização e de segurança do sistema”, avançou.
Segundo o social-democrata, “está programada uma nova terminação em São Miguel, e outra na Ilha Terceira mas, pasme-se, a interligação das duas ilhas é um cabo velho, de 1998, com 25 anos em 2023 e completamente obsoleto”.
“Assim, vamos ficar piores do que estamos, ou seja, vai-se fazer uma infraestrutura nova, que alimenta duas ilhas, sem acautelar a ligação entre elas por um cabo também novo”, referiu Paulo Moniz.
O deputado açoriano disse mesmo ao Ministro da área que “está a fazer-se uma ponte, em que as duas extremidades são novas, mas em que o meio da é uma parte podre e velha”.
O parlamentar recordou também que, “como sempre defendemos, e também como indicou o Grupo de Trabalho criado para o efeito, o novo anel deve ter vários pontos de amarração, incluindo um na Ilha Terceira, por via da Base das Lajes, e outro em Santa Maria, por causa da NAV e dos projetos espaciais. E nada disso foi tido em conta”, criticou.
Paulo Moniz reitera assim “a gravidade de todo o processo, relativamente ao projeto que vai a concurso, pelo que é preciso que o Governo nos explique como é que vai sanar a perspetiva de uma situação que nos vai deixar pior do que estamos”, concluiu.