“Vá para fora cá dentro”

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Corria o ano de 1995 quando o Ministério do Comércio e Turismo decidiu encomendar à empresa Young & Rubican uma campanha destinada a promover o turismo interno em Portugal.
Essa campanha, com uma aposta forte na sua divulgação através dos vários meios de comunicação social, como a rádio e televisão, tinha por objetivo incentivar os portugueses a viajar e a conhecer o seu país, contribuindo, assim, para a diminuição da sazonalidade do turismo e diversificando a qualidade da oferta existente.
Do sonho à concretização foi um pequeno passo, e assim, surgiu o slogan “vá para fora cá dentro”, um apelo com 25 anos de existência e que assenta que nem uma luva às campanhas recentemente lançadas pela Associação de Turismo dos Açores (ATA) e pelo Governo Regional, através da Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo.
Na verdade, entidades regionais diferentes, mas imbuídas de um propósito comum: incentivar os residentes nos Açores a fazer férias cá dentro, em outras ilhas do arquipélago, tentando, dessa forma, promover e dinamizar a procura interna turística, num momento em que os impactos da pandemia Covid-19 se fazem sentir de forma acentuada no setor que representa o principal motor da economia regional.
Não podemos deixar de relevar a importância de ambas as iniciativas, porque, desde logo, são essenciais para aqueles açorianos que, não conhecendo a sua Região ou conhecendo mal, têm agora a oportunidade de explorar as suas verdadeiras potencialidades, observando e fotografando as exuberantes paisagens naturais, tomando banho ou apanhando sol nas magníficas praias ou portinhos, caminhando nos trilhos pedestres, ou simplesmente apenas visitando alguns dos seus monumentos históricos.
Quem não gostará de conhecer o Caldeirão do Corvo, situado na mais pequena ilha do arquipélago ou tomar banho na Praia Formosa e visitar a Cascata do Aveiro em Santa Maria.
E que tal perder-se nas paisagens exuberantes da ilha das Flores, contemplando as suas inúmeras lagoas, o Poço da Ribeira do Ferreiro, o Poço do Bacalhau, a Rocha dos Bordões ou visitando a Aldeia da Cuada.
Mas as ilhas que constituem o chamado Triângulo – São Jorge, Pico e Faial – são também um chamariz para quem ainda não as conhece. Beber um gin tónico no Peter Café Sport, passear na Marina da Horta, descer à Caldeira ou visitar o Vulcão dos Capelinhos, são algumas das atrações obrigatórias da Ilha do Faial. Fazer Whale Watching ou subir à montanha mais alta de Portugal é uma “imposição” para quem visita a ilha do Pico. E terminar percorrendo as Fajãs de São Jorge, sobretudo a Fajã da Caldeira de Santo Cristo e a Fajã dos Cubres.
E, porque não, embarcar num barco da Atlanticoline rumo à Ilha Graciosa, para ali descer à Furna do Enxofre ou saborear uma das suas famosas queijadas, e, depois, prosseguir para a ilha Terceira, visitando as belas cidades da Praia da Vitória e de Angra do Heroísmo e comendo uma alcatra à moda terceirense.
São Miguel, a maior ilha dos Açores, exige, sem dúvida, uma estadia mais demorada. Aqui, são incontáveis os locais turísticos a visitar: Lagoa das Furnas, Lagoa das Sete Cidades, Lagoa do Fogo, Gruta do Carvão, Ilhéu de Vila Franca, Caldeira Velha, Ponta da Ferraria ou a Poça da Dona Beija, entre outros.
Naturalmente que estas campanhas, incentivando os locais a viajar “dentro de portas” neste período extremamente difícil, se encontram intimamente ligadas à necessidade imperiosa de revitalizar a economia regional, sobretudo aquela relacionada com o turismo.
Olhando para o potencial que as nossas ilhas oferecem e contando, ainda por cima, com um incentivo financeiro por parte do Governo Regional, nada melhor que fazer jus ao slogan antigo e “ir de férias para fora, mas cá dentro”.

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