Bandarra dão cartas fora de portas

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O segundo álbum dos faialenses Bandarra, Bicho do Diabo, veio reconfirmar aquilo que o primeiro, homónimo, já tinha vaticinado: a banda tem uma “estrelinha” e consegue pôr toda a gente a cantarolar as suas músicas, não apenas por terras açorianas mas também por outras paragens.

Criados em 2007, a forma como revisitam a música popular açoriana e a energia contagiante e bem-disposta com que se apresentam em palco fizeram com que se destacassem e foram surgindo solicitações para as suas actuações, não apenas no Faial mas também em outras ilhas dos Açores e até no continente português. Destacam-se as suas actuações na Festa do Avante, nas Semanas Académicas de Faro e São Miguel, nos festivais Dançarilhas e Ritmus e em várias festas de Verão da Região, com destaque para a Semana do Mar.

Em 2010 surgiu o seu primeiro trabalho discográfico, homónimo, que teve grande aceitação. Músicas como “Um dia saio de Casa” ou “Tango da Neblina” fizeram sucesso e a apresentação do CD fez-se por todo o país. O reconhecimento da qualidade deste trabalho saltou para as páginas dos jornais e revistas de âmbito nacional, com uma chuva de críticas positivas. O cereja no topo do bolo foi a selecção dos Bandarra para a primeira edição do Prémio Megafone, que levou a banda até ao palco do Centro Cultural de Belém.

Com 2011 chegou a vontade de voltar a criar e os Bandarra refugiaram-se no Capelo para preparar um novo álbum. Em Abril passado, chegou às lojas Bicho do Diabo, o segundo trabalho de originais da banda faialense, que teve de imediato a sorte do primeiro. O single “Vamos à Praia” fez sucesso, com as visualizações do videoclip no youtube a dispararem. Divertido, cheio de expressões típicas do imaginário popular açoriano e com uma deliciosa mistura de sonoridades, “Vamos à Praia” mostrava que este Bicho do Diabo chegava para marcar presença no panorama musical português.

No mês de Maio andaram pelo continente a mostrar o novo trabalho, com espectáculos no Porto e em Lisboa, que motivaram nova onda de críticas positivas. No Público, Nuno Pacheco coloca os Bandarra na linha dos grupos “que têm sabido ao longo dos tempos ligar a música de raiz portuguesa aos mais variados géneros sem as desvirtuar”. Comparando-os a bandas como os portugueses Sitiados ou os brasileiros Mestre Ambrósio, Nuno Pacheco não poupa elogios aos Bandarra, destacando, entre outras coisas, a qualidade das letras escritas pelo vocalista, Miguel Machete “Pietá”. 

Na revista Time Out, António Pires dá quatro estrelas a Bicho do Diabo, referindo-se-lhe como um álbum “quase perfeito” e no Jornal de Letras a banda é apontada como a prova “do cosmopolitismo contemporâneo da ilha do Faial”. 

Críticas como estas deixam adivinhar grandes sucessos para a banda de Miguel Machete “Pietá”, Rui Martins “Gira”, Cláudia Oliveira “Lau”, Pedro Gaspar “Fausto”, Filipe Santos “Batata”, Christopher Kim Pham “Chinês”, um grupo de gente que veio de longe parar a este bocado de rocha no meio do Atlântico, aprendeu a ser faialense de coração e transpôs esse sentimento para a música que por cá faz.

Quanto a próximos concertos, destaca-se a participação nas Sanjoaninas, na ilha Terceira, com um espectáculo agendado para o dia 28 de Junho, no Cais da Alfândega.

 

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