Empresa faialense Costa & Martins, Lda. assinala 100 anos no dia 22 de Janeiro

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Fundada a 22 de Janeiro de 1912, a empresa Costa & Martins, Lda. surge como uma casa de atacado, para se dedicar às vendas por grosso. Com a ilha a ser tocada por navios com uma periodicidade muito mais alargada do que hoje, este ramo de actividade era de grande importância para os faialenses, e a empresa foi prosperando nessa área de negócio. Entretanto, com o passar do tempo e as alterações no mercado, foi procurando adaptar-se às mudanças através da diversificação das suas actividades. Em 2012, comemora o seu centenário, num cenário de grandes dificuldades para o sector empresarial. Para assinalar a efeméride, Tribuna das Ilhas conversou com Tomás Duarte e Francisco Rosa, actualmente responsáveis pela gestão da firma. As dificuldades do actual cenário económico, as especificidades do Faial no que à actividade comercial diz respeito e os desafios do futuro foram alguns dos temas em análise.

A empresa Costa & Martins surgiu no mercado faialense como uma sociedade por quotas do género familiar. Desaparecidos os dois fundadores que lhe deram o nome, continuou a funcionar na posse de outros sócios, que entretanto se juntaram ao projecto. Hoje, é gerida pela terceira geração, os netos desses sócios.

Quando ao Faial chegavam apenas dois vapores com periodicidade quinzenal, o negócio da venda por grosso era muito importante, pois garantia o abastecimento de bens necessários à subsistência da população. Esta era servida, em cada freguesia, por pequenos botequins e mercearias, que, com pouca capacidade de aprovisionamento, se serviam dos estabelecimentos de venda a grosso. Para além do Faial, Costa & Martins actuava nas ilhas do Pico, S. Jorge e Flores, que então dispunham apenas de estabelecimentos de venda a retalho.

Depois do terramoto de 1926, a empresa construiu o edifício que actualmente lhe serve de sede, na altura um moderno e amplo espaço que se destacava na cidade da Horta.

Em 1939, Costa & Martins, Lda parte para a diversificação da sua área de actividade, e funda duas novas empresas nas quais detinha posição maioritária: a Reis & Martins, Lda dedicada à caça à baleia, e a Sociedade Industrial Marítima Açoriana, dedicada à indústria transformadora, instalada no Porto Pim. Esta última foi a primeira fábrica do género a surgir nos Açores. As duas explorações findaram em 1975, na sequência das medidas de protecção das espécies em vias de extinção então implementadas.

Hoje, a empresa continua a representar nas ilhas do Faial e do Pico várias marcas nacionais e internacionais, como é o caso da Galp e da Cin, bem como de algumas marcas de ferramentas eléctricas e manuais e de reparação automóvel.

Em 2007, numa lógica de adaptação ao mercado, dedicou-se à informática, criando a marca Navig@te na Horta. Entretanto, criou também um espaço para comercialização de vinhos, licores e aguardentes.

Também em 2007, a empresa decidiu alargar a sua área de actividade ao transporte marítimo e ao agenciamento de navegação, com a aquisição da FaialTráfego – Transitários e Agentes de Navegação, Lda., bem como a TransHorta, Lda, especializada em transportes e serviços terrestres, ficando assim habilitada a novo desafios no mercado actual.

Hoje, no total das empresas onde detém participação maioritária, a Costa & Martins, lda emprega cerca de 50 funcionários, continuando a ser uma referência da economia faialense.

Olhar para o mercado

Para Tomás Duarte e Francisco Rosa, o segredo da longevidade da empresa de que são gerentes é o seu constante trabalho de adaptação às mudanças no mercado.

“Para explicar como Costa & Martins, Lda muda é preciso olhar para o mercado. Se continuássemos a ser só o que éramos há 100 anos éramos apenas grossistas. Mas o mercado foi-se desenvolvendo e nós fomo-nos adaptando. Antes, a periodicidade com que os navios chegavam ao porto da Horta era muito maior. Hoje em dia é diferente”, explica Tomás, justificando desta forma as várias áreas de actividade em que a empresa hoje actua.

Para o gerente, é essencial que, no actual cenário, a empresa vá concentrando energias nas áreas comerciais que lhe trazem mais-valias. Mas, como diz Francisco Rosa, o mercado é cada vez mais difícil para os empresários: “as margens são cada vez menores, os clientes têm cada vez menos poder de compra e, consequentemente, há menos procura. Além disso os mercados estão cada vez mais globalizados; há determinados produtos a que toda a gente tem acesso, independentemente de vir à Costa & Martins, Lda ou não, e se calhar a preços melhores. Então há que diversificar, perceber quais são os nichos de mercado rentáveis, e apostar num serviço de qualidade, em produtos de qualidade, no pós-venda…”, explica.

Leia a reportagem completa na edição impressa do Tribuna das Ilhas de 20.01.2012 ou subscreva a assinatura digital do seu semanário

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