Grémio Literário comemora 139 anos

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O Grémio Literário Artista Faialense comemora a 1 de Janeiro, o seu 139.º aniversário.

Para assinalar a data, a direção, presidida por João Garcia, vai organizar um lanche na sua sede social. 

Reza a história que o Grémio surgiu no panorama local a 1 de Janeiro de 1878 através de pessoas que pretendiam valorizar as suas profissões e instruir-se. Após a sua fundação promoveu aulas de instrução primária, secundária e de línguas, bem como escolas-oficinais para os filhos dos associados em varias áreas, como carpintaria, ourivesaria, entre outras.

Em 1881 acabaram por fechar, consequência do corte do subsídio da Junta Geral do Distrito.

A biblioteca do Grémio Artista, constituída por 3000 volumes cedidos por João Francisco Rebelo, foi durante muito tempo a melhor biblioteca da ilha.

Na sua primeira sede, na rua Serpa Pinto, era hábito os sócios se reunirem para ouvir na rádio os relatos de futebol. Nesta sede havia um jardim de Inverno, uma sala de jogos e uma sala de baile, conhecida pelos seus serões dançantes com orquestra privativa. Os saraus literários e musicais eram também uma referência desta agremiação.

Mais tarde a sede foi transferida para o Largo do Bispo D. Alexandre. A partir de então, o Grémio foi descaindo, em parte devido a ter caído no esquecimento das autoridades culturais.

De acordo com os historiadores, “corria o mês de Maio do ano de 1877, quando em Lisboa, o faialense João Francisco Rebelo, radicado na capital depois de ter vivido e enriquecido no Brasil, contactou com o Padre Francisco Inácio Cristo para que este, no Faial, desenvolvesse esforços no sentido da criação de um Grémio. Era desejo de João Francisco Rebelo ofertar aos seus conterrâneos uma biblioteca composta por cerca de 4 mil volumes, aonde os seus irmãos na arte fossem procurar e adquirir instrução, que tanto distingue as nações civilizadas. 

O Padre Francisco Inácio reuniu com 26 personalidades faialenses – oficiais de diferentes artes e ofícios. No dia 1 de Janeiro de 1878 coincidindo com a instalação do Grémio numa das salas da casa n.º 5 da Travessa da Misericórdia. 

Os estatutos desta casa visavam “espalhar e derramar a instrução de que tanto carece a nossa população, abrindo, para o efeito, aulas e palestras nocturnas; celebrar palestras e serões literários; estabelecer um gabinete de leitura para os sócios; estabelecer cursos nocturnos dirigidos por professores competentemente habilitados; premiar estudantes que pela sua frequência e aproveitamento se tiverem distinguido”. 

Apesar do carácter e do notável alcance destas medidas, a verdade é que tiveram pouca duração no tempo acabando por desaparecer à míngua dos apoios oficiais inicialmente atribuídos mas depois retirados. Mesmo assim, a persistência dos seus associados manteve até hoje viva a intervenção do Grémio, particularmente através dos espaços de cultura e recreio que foi capaz de proporcionar aos seus associados e à comunidade local. 

 

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