1 6 de Junho, dia de inesquecíveis efemérides: Em 1973, chegada de Lisboa do Dr. Sanches Branco, como Governador do Distrito Autónomo da Horta a cujo prestimoso desempenho já nos temos referido; no mesmo ano, o 1º. voo do “Avro” ao Faial; em 1975, movimento de protestos em São Miguel, propagando-se às outras ilhas no chamado “Verão quente”.
Hoje ficaremos, porém, apenas pelo “Avro”, vivamente saudado pelos faialenses, já que era um passo em frente nos transportes aéreos nos Açores, estando o Faial ainda em fim de linha…
E particularmente por esse trio de famosos pilotos, formado por Tércio, Galhardo e Carpinteiro, recordando os seguintes voos:
Com o primeiro, duas saídas: Uma da Horta, sobrevoando a cordilheira de vulcões, dos Capelinhos à Caldeira; voámos depois para a montanha vizinha, passando mesmo à beira do Pico Pequeno; a outra de Ponta Delgada, também em dia veranil, circundando a Lagoa das Sete Cidades, aliás, ambas em voos para as Lajes.
Com o segundo, sobrevoada a Horta, e a pista a “aproximar-se”, os passageiros são solicitados pelo comandante a colaborar na pesquisa de albicastrense, caído ao mar de penhasco onde se encontrava a pescar, quiçá uma maneira de não darmos pelos arriscados voos rasantes entre o Aeroporto e as Caldeirinhas, aliás, sem sucesso, conquanto o cadáver tenha vindo a ser mais tarde encontrado.
E por último, com o mais popular dos três, não me lembrando do nome do segundo piloto, indo eu no cockpit, entre os dois, um pouco atrás, o que me dera ocasião de melhor apreciar o gozo de viajar pelas alturas, e com bom tempo, mal imaginando do que me estaria reservado.
É que já sobre a pista e com o morro ao fundo, surgiu um barulho ensurdecedor vindo dos motores, ao mesmo tempo que o avião deixava de descer, passando a subir lentamente; um sorriso, quiçá de alívio trocado pelos pilotos, deu-me a certeza que tinha havido gato.
Por sinal, confirmado minutos depois na gare pelas versões que corriam: falta de trem avisada da Torre; ensaio de aproximação, explicado pelos pilotos.
O sorriso comigo ficou…
2 Li, neste jornal, comnatural agrado, a notícia sobre a homenagem aos faialenses que prestaram serviço na Guerra do Ultramar, e o descerramento, no cemitério do Carmo, dum Memorial com os nomes dos combatentes falecidos.
Tratou-se, na verdade, duma justa e patriótica iniciativa do Município da Horta e da Associação dos ex-combatentes nas províncias africanas.
Entre os que lá deram a vida, jamais me esquecerei do jovem Tavares, motorista e popular como o Pai.
Mobilizado já depois do 25 de Abril, coisas do destino, em vésperas de embarcar para o ultramar encontrei-o na Praça que tem o nome do Infante de Sagres, essa grande figura ligada à histórica epopeia lusa por mares nunca antes navegados.
Com o intuito de o animar, fui-lhe dizendo que tudo iria correr bem, pois a guerra estaria a findar.
Mas sem palavras fiquei com a pronta resposta: Oh! Senhor, a gente sem essas Terras não somos nada!
Dias depois, de desembarcar na Guiné, foi morto em combate…
3 AÍ estão, oficialmente, as movimentações partidárias com vista às eleições autárquicas cuja marcação para domingo, 29 de Setembro, deu lugar a mais protestos das esquerdas que, no Continente, já igualam as mil maneiras de cozinhar “bacalhau.
Aqui em Angra, PSD e CDS concorrem pela 1ª.vez em coligação, com os Vereadores e Deputados António Ventura e Artur Lima como candidatos à Câmara e Assembleia Municipal, respectivamente, num exemplar espírito democrático.
O mesmo sucede na Horta, liderada pelo PSD e com participação também do PPM, a fazer lembrar a célebre AD de Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Teles.
Dado, porém, as circunstâncias, até achamos acertada a escolha dum independente na candidatura à presidência da Assembleia Municipal.
E quanto à diferença de votos que até nem preocupa os responsáveis, recorde-se que, nas Regionais de 2004 ganhas no Faial pela coligação PSD e CDS, o reduzido contributo dos Centristas foi suficiente também para que os Social-democratas recuperassem o Deputado perdido em 2000 para os Comunistas…
4 Ouvimos recentemente a um desses comentadores, enchendo às mancheias as televisões nacionais, dizer: Viajar está no ADN dos portugueses.
Só lhe faltou acrescentar: Nascido com os Descobrimentos …