Pomar do Atlântico: Do campo para o prato dos faialenses

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Do campo directamente para o prato dos faialenses, garantindo a frescura e qualidade dos produtos da época da agricultura da ilha. É este o objectivo da Pomar do Atlântico, uma jovem empresa que se está a fixar no Faial. O objectivo é ter produção própria e comercializá-la na ilha, reduzindo a cadeia de intermediários entre produtor e consumidor final. Para tal, a Pomar conta já com uma loja no Mercado Municipal, e prepara-se para começar a cultivar. Tribuna das Ilhas foi conhecer a empresa e esteve à conversa com um dos sócios.

Emanuel Silva é um dos responsáveis pela Pomar do Atlântico. Ao Tribuna, explica que a ideia era “instalar nas ilhas do Pico e do Faial dois pomares e um campo de hortícolas”. No entanto, as dificuldades em conseguir os terrenos certos quase hipotecaram o projecto. Este foi reformulado, e prepara-se para arrancar, não em terrenos próprios, como previsto, mas num terreno emprestado, na freguesia da Feteira, onde a Pomar vai começar por produzir hortícolas.

“Já começámos a tratar o terreno e a fazer plantações. Agora vamos montar os sistemas de rega e os viveiros”, explica Emanuel, frisando que o objectivo da Pomar é ter produção própria para comercializar já no segundo trimestre de 2012.

No primeiro ano, a ideia é experimentar uma série de variedades hortícolas, para perceber quais as mais adequadas ao terreno. Ter uma produção pequena mas muito diversificada é a prioridade da Pomar, que pretende desta forma afirmar-se no mercado faialense.

Este picoense a viver no Faial reconhece que o tempo não é propício a investimentos, mas os sócios que compõem a empresa não baixam os braços: “somos jovens empreendedores e estamos aqui para dar a cara e tentar trazer algo novo para a ilha”, explica.

No entanto, tendo em conta o cenário, há que “apalpar bem o terreno” e dar passos pequenos e seguros. Por isso, inicialmente a aposta será nos produtos da época: “seria um investimento demasiado grande e arriscado apostar numa grande área coberta logo de início”, explica o produtor. “Teremos uma estufa que nos apoiará na produção do nosso plantio, que será depois transportado para o campo”, refere, garantido no entanto que, a longo prazo e se o negócio correr bem, a ideia passa por aumentar a área coberta para, em relação a alguns produtos, contrariar a sazonalidade com que aparecem no mercado.

A Pomar do Atlântico vai também produzir aromáticas, e essas sim estarão disponíveis durante todo o ano.

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Entretanto, surgiu a hipótese da Pomar ter uma loja no Mercado Municipal da Horta. Emanuel confessa que isso não fazia parte do projecto, no entanto afigurou-se como a forma ideal de ligar a produção ao consumidor: “sem intermediários pelo meio, a nossa produção é vendida directamente por nós, o que permitirá um preço mais competitivo e aliciante para a carteira do consumidor”, diz.

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Para Emanuel, “é um grande desafio” manter uma loja naquele espaço nos dias que correm: “o mercado entrou em descrédito, e são cada vez menos as pessoas que já lá vão, e cada vez mais os comerciantes que abandonam as suas lojinhas. Não há gente nova a abraçar novos projectos naquela estrutura”, refere.

A loja da Pomar do Atlântico abriu portas no dia 8 de Dezembro. Ainda não comercializa produção própria nem frescos. Estes seriam um risco nesta altura, devido aos seus tempos de prateleira muito curtos. Tendo isto em conta, a empresa decidiu apostar nos secos, de produção essencialmente regional e nacional, o que é também uma das suas bandeiras.

 Aromáticas, especiarias, frutos secos, cogumelos e algas são alguns dos produtos que a Pomar do Atlântico tem disponíveis actualmente na sua loja do Mercado, aberta até às 19h00.

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Uma das particularidades da loja é a venda destes produtos a granel, e não em embalagens, como costumam ser encontrados. Emanuel explica que a empresa fez uma espécie de estudo de mercado e chegou à conclusão de que as pessoas preferem comprar alguns produtos, como as especiarias ou os frutos secos, avulso, de acordo com as suas necessidades, que são cada vez menores, uma vez que as famílias também são cada vez mais pequenas.

A aposta no turismo é outra das estratégias da Pomar do Atlântico. Emanuel lembra que os turistas que cá chegam vêm sensibilizados para as actividades relacionadas com a natureza e que os produtos da agricultura regional são aliciantes para estas pessoas. Os iatistas, que têm de abastecer-se de produtos frescos quando por aqui passam, também incluem o seu público-alvo.

Leia a reportagem completa na edição impressa do Tribuna das Ilhas de 23 de Dezembro de 2011, ou subscreva a assinatura digital do seu semanário

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