O Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Luís
Garcia, desafiou hoje, na Horta, os investigadores que trabalham em Inteligência Artificial, a respeitarem “o dever de consciência moral” quando desenvolvem o seu trabalho, sobretudo quando “as conquistas podem roçar os limites éticos, e quiçá mudar o futuro da humanidade”.
Falando para cerca de 150 investigadores de todo o mundo, reunidos na ilha do Faial para o 22º Encontro Português de Inteligência Artificial, o Presidente do Parlamento Açoriano sublinhou “o cuidado, a ética e a responsabilidade que devem ser observados no desenvolvimento e aplicação de Inteligência Artificial, nos seus mais diversos domínios, seja na Saúde, na Ciência ou na Educação, entre outros”.
Para o Presidente Luís Garcia, é fundamental que os avanços sejam feitos “ao serviço das
pessoas e do Planeta, designadamente do seu desenvolvimento sustentável”.
Com o desenvolvimento da Inteligência Artificial, “vão-se esbatendo também alguns limites”, que no seu entender podem pôr “em causa a vida como a conhecemos, desde logo a nível do sistema político democrático”.
“Os caminhos da investigação podem ter linhas ténues. No caso da Inteligência Artificial, é
muito fácil encaminhá-la para o bem e para o mal, consoante o objetivo de quem nela trabalha, até porque é uma forma extremamente eficaz de reforçar o poder, e também de destruí-lo, acrescentou, lembrando que “a Democracia é um bem precioso, que demorou muito a conquistar, mas que se pode perder num piscar de olhos, ou neste caso num clicar da tecla Enter”.
Recorde-se que esta é a segunda vez que os Açores acolhem a conferência portuguesa sobre Inteligência Artificial, depois de um primeiro encontro realizado há dez anos, na ilha Terceira, sendo organizado pela Associação Portuguesa de Inteligência Artificial, este ano na Horta, em parceria com o Instituto de Investigação em Ciências do Mar Okeanos, da Universidade dos Açores.