O presidente da bancada parlamentar do PSD/Açores João Bruto da Costa saudou hoje a “postura de compromisso e de diálogo do Governo Regional”, em contraste com a ação do Governo da República de maioria socialista.
O social-democrata falava após uma declaração do presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, que fez o balanço do trabalho desenvolvido pela Coligação (PSD, CDS-PP e PPM), esta manhã, na Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta.
O líder do grupo parlamentar destacou “duas diferenças substanciais desta governação: na forma como se relaciona com o Parlamento e na consistência da democracia que se vive atualmente, com reflexos positivos para os açorianos”.
O deputado do PSD/Açores salientou que a atual legislatura “trouxe maior discussão, maior liberdade, maior oportunidade de diálogo e maior necessidade de compromisso para lutarmos todos pelos nossos denominadores comuns”.
E lembrou que “tínhamos, no passado, uma ausência total de prestação de contas no Parlamento. Eram apenas monólogos de publicidade do Partido Socialista, muitas vezes até coartando as oposições de participarem”.
“Hoje deixou de haver ingerências do Governo nas empresas públicas, a Assembleia Legislativa tem um papel central no sistema político, e os açorianos usam o direito de petição como ninguém”, enfatizou.
“Foi com esta legislatura e com esta composição da Assembleia Legislativa dos Açores que se avançou finalmente com alguns dos diplomas do processo de aprofundamento da Autonomia”, disse.
O parlamentar social-democrata destacou igualmente “o nosso papel de democratas, que colaboram e dialogam para encontrar soluções para os açorianos”, enquanto “a maioria absoluta do PS, antes na Região, e agora na República, não é capaz de dar consistência a políticas governativas que tragam um melhor futuro para os portugueses”.
Nos Açores, “os resultados estão à vista com a governação de José Manuel Bolieiro”, desde logo “pelo índice da atividade económica que cresce há 22 meses consecutivos”, indicou.
Soma-se “a maior população de ativos com a segunda menor taxa de desemprego do país, conforme foi revelado hoje pelo INE”, frisou.
“Nos Açores, os professores estão na escola. Não estão na rua a barafustar pelos direitos que lhes são retirados pelo Partido Socialista”, acrescentou João Bruto da Costa.
“Os médicos, os enfermeiros, os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, os farmacêuticos, e aqueles profissionais que viam a sua vida a andar para trás com o Partido Socialista, têm hoje o reconhecimento que é devido por este Governo, por esta maioria e por este Parlamento”, apontou o presidente da bancada do PSD.
“Daí que haja um certo ciúme do PS nacional pelo sucesso desta governação. E a pior ideia que se pode ter é de que há uma ação concertada do Governo da República para prejudicar as Finanças Públicas dos Açores, não fazendo aquilo que lhe compete, em termos de solidariedade nacional”, adiantou.
Para João Bruto da Costa, “o Partido Socialista não está bem com a Democracia, sobretudo pelo facto de estarmos a ter sucesso, e isso é demonstrado com as verbas devidas pela República devido aos danos do furacão Lorenzo”.
E lembrou, a propósito, que “os Açores já investiram perto de 80 milhões de euros com a recuperação dos danos do furacão Lorenzo, com a promessa da transferência de 85% das despesas que fossem efetuadas”.
“Até ao momento, o Governo da República transferiu 29 milhões de euros, 28 dos quais ainda era do tempo da governação socialista de Vasco Cordeiro”, relembra, acrescentando que “não pode ficar a ideia de que o Ministério das Infraestruturas está a fazer um garrote financeiro à Região”, disse.
A falta de solidariedade, por parte do Governo da República, fica também demonstrada “ao não lançar o concurso das obrigações de serviço público do Faial, Pico e Santa Maria, negando aos açorianos o que é seu por direito e prejudicando gravemente a SATA, que está a suportar obrigações do Estado”, frisou João Bruto da Costa.
Numa outra intervenção, o líder parlamentar do PSD/Açores alertou para “o risco inerente que correm a Liberdade e a Democracia, que devem ser respeitadas por todas as forças políticas e, também, pelos serviços oficiais”.
João Bruto da Costa afirmou que “estão em risco essa Liberdade e essa Democracia, quando permitimos a intervenção, numa comissão de inquérito, dos Serviços Secretos do Estado Português”, frisou, numa referência ao Caso Galamba e à atuação do SIS, na recuperação do computador de um assessor do Ministro das Infraestruturas.
“É preciso que esses alertas sejam feitos, a fim de que a Democracia nunca esqueça as razões que levaram Portugal ao 25 de Abril. E que os portugueses entendam que não vale tudo, mesmo quando está em causa a atuação de um adjunto de um governante”, concluiu.