Victor Rui Dores prepara-se para apresentar “O Ouvido que Escreve”

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Foi no evento “Maratona de Leitura” organizado segunda-feira pela Biblioteca Pública da Horta que Victor Rui Dores revelou “um cheirinho” da sua nova obra “O Ouvido que Escreve” que será apresentado em Maio no Faial.

Victor Rui Dores um livro novo quase pronto a ser editado “ O Ouvido que Escreve”, do que trata esta obra?
“O Ouvido que Escreve” surge porque estou neste ano de 2017 a comemorar 40 anos de escrita publicada. Foi em 1977 pela mão do meu antigo professor de português Padre Coelho de Sousa que foi publicado um poema meu no jornal angrense A União e portanto achei por bem que, para comemorar estes anos de escrita publicada, reunisse neste livro a que dei o título de “ O Ouvido que escreve”, o best off de tudo o que escrevi desde a adolescência até a idade madura.
Não é uma antologia, estão aqui os meus melhores poemas, que eu próprio seleccionei por etapas e por fases da minha vida vivida: a uma primeira fase, a fase da adolescência, a segunda fase da Universidade e do serviço militar e uma terceira face, a minha fase de professor a viver na cidade da Horta.
O livro é da editora “Blue Edições” terá um primeiro lançamento na ilha Graciosa, a minha ilha natal, depois irei para a Terceira e suponho quem em finais de maio o lançamento seja feito aqui na biblioteca da Horta.

Porquê a escolha deste título?
Ora muitos críticos andaram para aí a escrever que a minha poesia é muito “cantabile”, ou seja, que a minha poesia é muito musical, e isto tem a ver com o facto de me ter iniciado na poesia não a escrever poemas de amor para as minhas amigas, mas a escrever letras para canções e portanto sempre tive o cuidado da palavra musical, sempre tive o cuidado das vogais abertas e “ O Ouvido que escreve” tem haver com isso, com a musicalidade que há na minha poesia.

Porquê poesia e não prosa? Tendo em conta que também a prosa faz parte da sua vida e temos visto várias crónicas suas?
Há 4 anos publiquei um livro de algumas das minhas crónicas a que dei o nome de “ Crónicas Insulares”, porque todas elas tinham sido publicadas em primeira mão no “Diário Solar”.
A poesia, porque eu achei também por bem fazer uma arrumação dos meus poemas. Tenho aqui dez poemas que estão inéditos mas a maior parte deles foram publicados em pequenas tiragens e muitos estavam dispersos por revistas e por jornais. Isto também foi uma forma que encontrei para dar uma arrumação à minha poética e ela aqui está toda. É obvio que o meu melhor livro será sempre aquele que ainda não escrevi, mas para já, digamos que está aqui o melhor que fiz no campo da poética.

Ouvimos aqui um poema dedicado à Cidade da Horta e o que me saltou assim à vista foi o verso “amo-te cidade, amo-te Horta”, isto é verdade?
É verdade … porque eu escolhi viver na Horta e estou cá há 36 anos, é uma cidade que me recebeu de braços abertos, é uma cidade à qual estou ligado por laços naturalmente familiares, afetivos e profissionais. Esta declaração de amor à Cidade da Horta é uma declaração de amor e de humor também. A Horta é uma cidade feminina, bela, uma cidade que se virou para o mar, é uma cidade que tem o Pico à sua frente, que tem um passado glorioso, portanto a minha declaração de amor está por aí-

Este poema é um dos inéditos?
Este poema não é inédito, mas entretanto foi sofrendo, ao longo dos tempos, alterações. Lembro-me que um dos versos foi escrito numa altura em que o Teatro Faialense ainda não estava totalmente recuperado e eu dizia “o teu teatro arruinadíssimo”, portanto foi atualizado e hoje está atual, até ao dias em que estamos.
É um livro, e eu sei que a poesia não está na moda, “a poesia não tem a cotação do dólar americano”. O meu editor diz que é fácil editar livro que difícil é vende-los. Eu nestas coisas quero dar aqui uma homenagem ao Mário Duarte o meu editor, que tem a coragem de publicar poesia numa altura que a poesia não está na moda e que não vende. Aliás eu costumo citar o Jorge Nascimento” que foi um corvino que foi o primeiro editor de Pablo Neruda que dizia “ editar livros de poesia é uma forma elegante de suicídio”.

Quais são as expetativas que tem para o livro?
Na minha expetativa é de que seja bem acolhido pelo público, porque tem uma poesia muito direta, eu não sou das hermenêuticas, eu não sou das poesias opacas, o meu poema tal como o título diz “ O Ouvido que Escreve”, é uma palavra para ser dita, para ser entendida, para ser musicada, portanto espero que o livro seja bem recebido por todos.

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