3.º Mega Piquenique solidário da APADIF

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A APADIF – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial organizou no Parque de Campismo da Praia do Almoxarife o 3.º Mega Piquenique solidário, cujo lema era a promoção do reconhecimento da pessoa com deficiência como cidadão de direitos e competências.

Apesar da chuva que inicialmente se fez sentir, compareceram ao convite feito pelo Presidente desta Associação José Alberto Fialho centenas de pessoas, numa clara demonstração que os Faialenses estão atentos e solidários com a temática da deficiência.

A abertura deste Mega Piquenique esteve a cargo do Presidente da APADIF que começou por agradecer a presença de todos neste evento solidário “enaltecendo o esforço daqueles que, direta ou indiretamente, têm contribuído para que estes momentos de convívio se concretizem” e salientando a enorme satisfação que sente com o “incremento da família APADIF com a criação do Movimento de Pais Pela Inclusão, que se uniu por uma causa que é a de todos nós, a Inclusão”.

E continuando referiu que “mais do que a integração, é a total pertença a uma mesma comunidade que se pretende e sonha inclusiva na sua plenitude, sendo que este movimento surgiu da imensurável necessidade de muitos pais e curadores encontrarem um espaço de partilha e diálogo para abertamente falarem das suas aspirações e conturbações”.

O 1.º Mega Piquenique pela inclusão realizou-se na ilha do Faial há cerca de três anos, com o objetivo de proporcionar um momento de convívio de cidadãos, crianças, familiares e amigos com e sem necessidades especiais, mas acima de tudo para “chamar a atenção para a necessidade de tornar a nossa sociedade mais inclusiva”.

Entende José Fialho que “a riqueza de uma sociedade reside na sua diversidade, sendo com esta convicção que se trabalha na APADIF”, adiantando que essa luta se “trava na associação pela inclusão dos mais idosos, dos que têm necessidades especiais”, ou seja, por todos aqueles que se encontram numa situação mais vulnerável.

Alertou depois os presentes para que parem e pensem no significado da inclusão, pois “inclusão e integração são conceitos que se continuam a confundir, incluir é mais que integrar. O termo inclusão tem vindo a ganhar cada vez mais espaço no vocabulário de todos nós e no nosso quotidiano, saber como se entende e compreende a inclusão é fundamental”.

O Presidente desta Associação, focando sempre o seu discurso no tema e na necessidade de inclusão, não deixou de chamar a atenção para o facto de ainda haver “muito a fazer, nomeadamente através do fortalecimento deste conceito, passando pela implementação de leis e na sua plena concretização”.

No seu discurso, José Fialho considerou que se tem notado mudanças na sociedade faialense desde que se iniciou o movimento de pais pela inclusão, mas que ainda se está longe de alcançar todas as mudanças a que se propuseram, apesar de já terem dado passos importantes. Destacou, também, os jovens que frequentam grupos e modalidades desportivas “onde são aceites e há uma tentativa efectiva por parte dos seus trabalhadores de não só os integrarem, mas também os incluírem, compreendendo as suas diferenças”.

Na parte respeitante aos apoios concedidos à Associação a que preside, destacou os apoios da Segurança Social alertando que “há crianças que não frequentam as terapias necessárias por não reunirem as condições para obterem esses apoios, o que inviabiliza momentos potenciadores de um desenvolvimento desejado”, acrescentando que “o Governo Regional tem que criar mecanismos para que estas terapias e apoios estejam ao alcance de todos”.

A terminar o seu discurso, o Presidente da APADIF lançou dois desafios aos presentes: o primeiro respeitante ao lançamento de uma campanha de sensibilização institucional a nível regional e o segundo para que se promova a criação de um Conselho Consultivo para a Deficiência e para a Inclusão, no qual estejam incluídas as forças vivas da nossa sociedade com o objetivo de promover e valorizar a cidadania e a participação das pessoas com deficiência e suas organizações.

Concluiu afirmando a necessidade de uma “radiografia da problemática que envolve a deficiência na Região Autónoma dos Açores e em toda e qualquer ilha”.

Por seu turno, o Diretor Regional da Juventude em representação do Presidente do Governo começou por saudar a presença de todos na sua freguesia num “dos parques de campismo de excelência em qualquer parte do mundo”. “A ilha do Faial, a APADIF, o Movimento dos Pais pela Inclusão têm dado um sinal de luta, reivindicativo, que tem conquistado algumas batalhas, mas não a guerra, pois sabemos que no que toca a preconceitos, as guerras não se ganham, travam-se”, continuou Lúcio Rodrigues na sua alocução.

O Diretor Regional da Juventude deixou, ainda, em nome do governo, “o reconhecimento do trabalho feito, pois os resultados estão à vista”.   

A terminar, o Presidente da Câmara Municipal da Horta não deixou de saudar os utentes da APADIF, referindo que se trata de um “piquenique num momento de reflexão daquilo que nós todos podemos fazer para nós todos sermos mais inclusivos” e enaltecendo, de seguida, as parcerias que a APADIF tem celebrado com inúmeras instituições, mas também com a Câmara Municipal, onde se realizaram muitos projectos comuns no “sentido de nós percebermos que na ilha do Faial há um trabalho interessante e muito importante, mas que é preciso continuar a nos desafiarmos todos os dias para sermos mais inclusivos”.

Por fim, o edil faialense não deixou de lembrar o grande trabalho que está a ser desenvolvido pelo Presidente da APADIF Sr. José Fialho.

No encerramento da cerimónia, a APADIF promoveu uma justa homenagem, entregando uma lembrança, a três atletas da vela adaptada que levaram e levam bem longe o nome do Faial, e que são: Libério Santos que conquistou o 7.º lugar no campeonato nacional, Lício Silva que conquistou o 2.º lugar e Rui Dowling que ficou classificado em 1.º lugar no campeonato nacional.

Após um breve momento de zumba, começou o piquenique, com inúmera comida para todos os presentes. Sem dúvida uma tarde bem passada para todos aqueles que quiseram aderir a este convívio, e em que a problemática da inclusão da pessoa com deficiência foi o mote principal. De destacar, também, a presença da PSP, dos Bombeiros, e de enfermeiros e médicos do Hospital e Centro de Saúde da Horta que, com o Hospital dos Pequeninos, alegraram as inúmeras crianças presentes. 

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