Abastecimento – PPM acusa Governo de não criar solução para a Ilha do Corvo

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“O abastecimento marítimo de mercadorias da ilha do Corvo tem vindo a funcionar de forma muito deficiente desde que o furacão “Lorenzo” destruiu o porto das Lajes das Flores. Nas novas circunstâncias, as embarcações da Empresa Barcos do Pico mostraram-se absolutamente incapazes de manter a ilha do Corvo regulamente abastecida e até de calendarizar com o mínimo de antecedência as respetivas operações de abastecimento”, denunciou o deputado do PPM, Paulo Estevão, numa conferência de imprensa realizada ontem em Ponta Delgada.

Segundo o deputado do Corvo “nestas circunstâncias, a ilha do Corvo foi gravemente penalizada no âmbito do seu abastecimento. Os empresários locais e a população em geral foram largamente afetados. É preciso ter em conta que a ilha chegou a estar mais de 50 dias sem estar abastecida por via marítima. Existiram largos períodos de falta de abastecimento que superaram os 30 dias”, lembrou, salientando que “o Governo Regional alegou que compensava a falta de abastecimento marítimo através do transporte aéreo, mas a verdade é que as operações aéreas de abastecimento transportaram um conjunto de mercadorias que representou menos de 10% das necessidades que a ilha enfrenta regularmente”, disse.
De acordo com Paulo Estevão, a Representação Parlamentar do PPM denunciou repetidamente a situação, de forma a “ultrapassar as evidentes deficiências do abastecimento marítimo de mercadorias”, apresentando mesmo, um Projeto de Resolução que visava garantir o “fretamento de um navio com as caraterísticas necessárias para assegurar o regular abastecimento da ilha do Corvo”.

“Algo que foi feito, também por proposta do PPM, em relação à ilha das Flores. Tenha-se em conta que o fretamento do navio “Malena” resolveu efetivamente a maior parte dos problemas que a ilha das Flores também enfrentou”, recorda salientando a este respeito que “o Partido Socialista chumbou a referida proposta de fretamento de um navio de abastecimento para a ilha do Corvo, com o argumento que o problema já estava resolvido através da atribuição de um subsídio à empresa que está contratualizada para proceder ao abastecimento da ilha. O Deputado Iasalde Nunes chegou mesmo a garantir que o navio se encontrava em França e que apenas a situação causada pela COVID-19 tinha impedido a sua deslocação para os Açores”, descreve.
“Ora, sabe-se agora, o Governo Regional e o referido deputado mentiram. Não foi adquirido nenhum navio, por parte da referida empresa, que reúna as condições para garantir o regular abastecimento da ilha do Corvo”, denuncia, considerando que
“tudo isto revela a enorme irresponsabilidade o desmazelo do Governo Regional e do referido deputado em relação à população da ilha do Corvo. Em pleno verão, com condições do estado do mar excelentes, a Empresa Barcos do Pico está a mostrar-se incapaz de abastecer regularmente a ilha do Corvo. Por exemplo, o escoamento do gado foi largamente adiado. Nos próximos dias e meses as condições do estado do mar agravar-se-ão muito significativamente. Nessas condições, as embarcações utilizadas pela referida empresa voltarão a não conseguir assegurar o regular abastecimento de mercadorias da ilha do Corvo”, lamenta.
Para Estevão “nesta conjuntura, é mais que previsível que a ilha do Corvo volte a ser submetida a longos períodos de falta de abastecimento e a enfrentar situações de grande urgência. Tudo isto devido ao comportamento irresponsável do Governo Regional e do Partido Socialista”, acusa.
Perante esta situação, a Representação Parlamentar do PPM anuncia que irá solicitar um debate de urgência sobre esta questão e que dará entrada a uma nova iniciativa que garanta o urgente fretamento de um navio com condições de assegurar o regular abastecimento de mercadorias em todo o ano, em particular nas difíceis circunstâncias que caraterizam as condições do estado do mar durante o inverno.

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