Avante Futebol, Avante!

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Sou um fervoroso adepto de futebol, deste grande desporto que atrai multidões e movimenta à sua volta uma indústria de milhões. Fico triste quando a “minha” equipa perde e alegre quando a vitória lhe sorri. Ao longo dos anos habituei-me a ver na televisão os estádios de futebol repletos de adeptos, de faixas de apoio nas bancadas, de cartazes a pedir a camisola de um qualquer jogador, de pessoas desejosas de agarrar os “craques da bola” ou de, simplesmente, festejarem a glória do seu clube.
Mas isto era assim até há dois meses atrás. Com a pandemia tudo mudou. Ainda em plena fase de combate a esse flagelo surgiu não só o caos financeiro em muitos clubes, com despedimentos ou redução nos ordenados dos jogadores, como países como a Bélgica, França, Holanda e Escócia a decidir dar por concluídos os seus campeonatos.
A Alemanha, como normalmente acontece, “chegou-se à frente” e no passado fim-de-semana retomou o seu campeonato de futebol, mostrando aos restantes países europeus como se deve jogar à bola no pós Covid-19.
E pelas imagens que foram chegando apercebemo-nos que o futebol não mais será igual aquilo que estávamos habituados, pelo menos nos tempos mais próximos, terá que saber aprender a viver numa nova normalidade.
E nesta nova realidade o foco principal é a segurança. Segurança dos jogadores e suas famílias, das equipas técnicas e de todos os colaboradores e agentes do futebol que contatem com os jogadores e equipas técnicas aquando do regresso à competição.
Ora, é esta premissa essencial que exige um conjunto de medidas que terão de ser seguidas e cumpridas para que o futebol em Portugal não volte a parar depois de recomeçar.
Bolas únicas, desinfetadas, garrafas individuais para cada jogador, jogadores de máscara no banco, bancos de suplentes individuais e espaçados, banhos em casa, é isso que acontecerá quando, no próximo dia 4 de junho e durante oito semanas, arrancarem as últimas dez jornadas da Primeira Liga e ainda a final da Taça de Portugal.
Mas o mais relevante e difícil para aqueles que, domingo após domingo, não prescindiam de ir ao estádio ver um jogo de futebol, é, sem dúvida, a realização de todas as partidas à porta fechada, com um máximo de 185 pessoas no estádio e, obrigatoriamente, com a existência de um espaço para a monitorização da temperatura corporal para o acesso à zona técnica.
Cumprindo estes protocolos de segurança, certamente teremos a bola a rolar nos relvados portugueses já a 4 de junho e a atribuição do título de campeão lá para o final do mês de julho.
Mas, se para o futebol é assim, com medidas de segurança apertadas e sem público nas bancadas, faz sentido, então, que o Partido Comunista Português realize em setembro a Festa do Avante!, tanto mais que o Governo proibiu os “festivais e espetáculos de natureza análoga” até 30 de setembro?
Podem dizer que aquele evento não é apenas um festival de música, mas também e sobretudo uma festa política, cultural e desportiva. E podem dizer ainda que a atividade política do PCP ou de qualquer outro partido não está proibida.
Está correto! A grande diferença é que se trata de um festejo que atrai ao recinto da Quinta da Atalaia, no Seixal, muitos milhares de pessoas durante três dias, que é precisamente aquilo que a interdição governamental visa impedir.
É certo que a situação epidemiológica e os critérios de segurança poderão ser diferentes naquele momento, mas, hoje, sabemos que o distanciamento físico é a principal medida para evitar a propagação do vírus. Como diz a Diretora Geral da Saúde: “Relativamente aos ajuntamentos, não se devem verificar, ponto”.
Por isso, para já, Avante Futebol.
A outra festa, a Festa do Avante! lá mais para diante se verá.

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