O Bloco de Esquerda não aceita a discriminação de que as equipas femininas são alvo por parte do Governo Regional, no que diz respeito à atribuição de apoios. “Existe aqui uma desigualdade de género que é gritante”, alertou o deputado Paulo Mendes.
O deputado do BE apontou, como exemplo, o caso das equipas de basquetebol do União Sportiva – equipa feminina – e do Lusitânia – equipa masculina –, que estando em níveis competitivos equivalentes recebem apoios muito diferentes: a equipa feminina recebe 38 mi euros, enquanto a masculina recebe 126 mil euros.
Tendo em conta que esta equipa de basquetebol feminino tem tantas, ou mais, transmissões televisivas, e mais títulos desportivos do que a equipa de basquetebol masculino em causa, “não se percebe porque é que estas equipas não têm, pelo menos, o mesmo apoio”, salienta o deputado do BE.
Paulo Mendes lamenta ainda que os Açores percam a oportunidade de ser reconhecidos no exterior como uma região que promove a igualdade de género, e considera que isto é um exemplo de que ainda “persistem lógicas patriarcais na nossa sociedade”.
Recorde-se que em 2017 o BE levou ao parlamento dos Açores uma proposta que pretendia garantir a igualdade de género na atribuição de prémios em competições desportivas nos Açores. Uma iniciativa que representava “um passo simbólico na luta contra a discriminação de género no desporto”, mas que, lamentavelmente, provocou “um grande incómodo” ao PS, PSD, CDS e PPM, que não apoiaram a iniciativa.
A proposta do Bloco pretendia garantir que em provas desportivas, na mesma modalidade, e no mesmo escalão, a competição masculina e feminina tivessem prémios idênticos.