Carlos Furtado diz ser “inviável um Governo dos Açores refém de Minorias”

0
45
blank
Carlos Furtado

Fonte: Carlos Furtado, deputado independente

 

Os recentes acontecimentos políticos dos últimos dias, mostraram que este governo regional nãoexibe capacidade para implementar um rumo para os Açores.
E prova disso mesmo, é que a chantagem feita ao PSD e tornada pública por parte da Iniciativa Liberal na passada semana, que tem como objetivo obrigar a maioria a aprovar um diploma do IL que está condenado ao chumbo, tenha de ser aprovado, sob pena do Orçamento da Região não colher o voto favorável do partido que se intitula Liberal, mas que pretende condicionar a vontade de terceiros.
Estas técnicas chantagistas já vêm sendo prática recorrente de alguns autores políticos, que fazendo uso e abuso da aritmética parlamentar e não conseguindo apresentar mérito nas suas propostas, para que as mesmas reúnam consenso em aprovação na ALRAA, o fazem diretamente através do Governo, numa espécie de “ganhar na secretaria, o jogo que não conseguem ganhar em campo”.
Outro exemplo surgiu esta semana, o GRA anunciou pomposamente a deliberação levada a efeito em Conselho de Governo, de um subsídio à natalidade, conforme exigido pelo Chega para o orçamento de 2022, mas que ainda não havia sido posto em prática.
Se a proposta inicial exigida pelo Chega, por si só já era uma idiotice, uma vez que discriminava injustificadamente pessoas, excluindo-as deste apoio, a resolução de Governo padece das mesmas inconstitucionalidades, uma vez que continua a descriminar pela negativa mais de metade dos Açorianos, ou seja, o apoio à natalidade é apenas aplicável em 12 concelhos da região, deixando para trás, os 7 mais populosos.
Não fosse essa razão mais do que suficiente para a decisão de Artur Lima já merecer críticas e reprovação, há ainda um claro favorecimento do lobby das farmácias, uma vez que os 1500 euros de prémio a cada criança que nasça nestes 12 concelhos, só podem ser gastos em farmácias.
Por tudo isso, pode-se dizer que é inviável a região continuar refém de 2 deputados que
representam (em votos) menos de dois por cento do povo açoriano.
Nos tempos difíceis que já atravessamos e atendendo aos cenários negros perfeitamente visíveis que se vislumbram no horizonte, é insustentável este modelo de governação, resta a José Manuel Bolieiro fazer um exame de consciência no sentido de perceber, que Região teremos após a era Bolieiro?
As próximas semanas serão decisivas para o futuro dos Açores, mas não estou a ver o principal responsável por este futuro, nem com vontade de mostrar a audácia que carateriza aqueles que ficam na história, nem com a noção do prejuízo estrutural que representa para todos os açorianos, uma governação refém de acertos de contas com passados de políticos egoístas e gestões de carreiras de minorias partidárias.
Açores, 13 de outubro de 2022.

O MEU COMENTÁRIO SOBRE ESTE ARTIGO

Por favor escreva o seu comentário!
Por favor coloque o seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!