Cibercrimes aumentam de forma exponencial durante a pandemia. Em abril esse aumento “poderá ser superior a 300%”

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Os cibercrimes cometidos em Portugal multiplicaram-se de forma exponencial desde o início da pandemia de covid-19 e poderão aumentar 300% até ao final de abril, revelam indicadores da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Dados do gabinete de cibercrime da PGR sobre a evolução dos fenómenos de cibercriminalidade em Portugal revelam que o número de crimes praticados nesta área “se multiplicou de forma muito expressiva” em março, com um aumento de 230%, tendo em consideração valores de fevereiro e ainda mais em abril: 165% apenas até ao dia 16.

Segundo o relatório, o aumento de 165% da prática deste crime até ao dia 16 “permite calcular que, a manter-se esta tendência, o aumento percentual de abril poderá ser superior a 300%”.

As queixas de crimes ‘online’ recebidas pelo Gabinete Cibercrime foram “consistentemente aumentando entre 2016 e 2019” e, “além da clara progressão no número de queixas” nos últimos anos, “as denúncias recebidas em 2020 (até dia 16) superaram já as de todo o ano de 2018 e aproximam-se do número total de 2019”.

O relatório mostra um aumento exponencial das queixas pela prática de cibercrimes recebidas em março e abril.
Até 16 de abril já foram recebidas 162 queixas e reencaminhadas para abertura de inquérito 28, enquanto no ano passado foram denunciadas 193 situações, das quais 67 deram origem a um inquérito no Ministério Público (MP).

Em março, houve um aumento de 230%, em comparação com os valores de fevereiro e nos primeiros 16 dias de abril as denuncias tiveram um acréscimo de 165%.
“A manter-se esta tendência, o aumento percentual do mês de abril poderá andar pelos 330%”, refere o relatório. Nos dois primeiros meses do ano o gabinete recebeu 40 queixas, tendo encaminhado nove para abertura de inquérito.

Em março foram recebidas 46 denúncias e 13 encaminhadas para inquérito-crime e até 16 de abril já foram rececionadas 76 denuncias, das quais seis darão origem a um inquérito. Quanto ao tipo de criminalidade denunciada pelos cidadãos estas são, na sua maioria, referentes a fraudes na utilização da aplicação de pagamentos MB WAY, difusão de mensagens de email e SMS contendo malware (vírus informáticos), campanhas de ‘phishing’ e extorsão por email.

O gabinete sublinha que, na estatística dos cibercrimes, além dos crimes informáticos clássicos, contam burlas em plataformas de vendas ‘online’, divulgação ilícita de fotografias, crimes contra a honra, difusão de pornografia infantil ou crimes contra o direito de autor.

“Uma boa parte destas práticas criminosas já existiam anteriormente, mas vieram a ganhar um novo espaço nas redes de comunicação. Porém, as estatísticas da Justiça, em geral, aglomeram os crimes segundo os tipos legais (por exemplo burlas, crimes contra a honra, crimes contra o direito de autor), não separando aqueles que ocorrem ‘online’ dos restantes e, por isso, não é fácil aperceber, do ponto de vista estatístico, a real dimensão da cibercriminalidade”, sublinha o relatório.

Portugal regista 762 mortos associados à covid-19 em 21.379 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 27 mortos (+2,5%) e mais 516 casos de infeção (+3,7%).
Das pessoas infetadas, 1.172 estão hospitalizadas, das quais 213 em unidades de cuidados intensivos, e o número de doentes curados aumentou 50,3%, de 610 para 917.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.

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