Colômbia anuncia que vai retirar rapidamente os seus diplomatas da Venezuela

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A Colômbia anunciou hoje que para “preservar a integridade” dos seus diplomatas vai organizar a retirada destes de Caracas, depois de o Presidente Nicolás Maduro ter anunciado o corte de relações políticas e económicas.

“A fim de preservar a vida e a integridade dos funcionários colombianos organizará o mais rápido possível a viagem de regresso”, lê-se num comunicado do Ministério de Relações Exteriores da Colômbia.

A nota começa por explicar que “a Colômbia não reconhece a legitimidade do usurpador (Nicolás) Maduro”.

“A Colômbia reconhece o Presidente (interino) Juan Guaidó, a quem agradece o convite que faz aos funcionários diplomáticos e consulares colombianos para permanecerem em território venezuelano”, salienta.

Bogotá responsabiliza por “qualquer agressão ou desconhecimento dos direitos que têm os funcionários colombianos na Venezuela, de acordo com as normas internacionais”.

“A Colômbia continuará a agir em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963 e outras disposições do direito internacional”, sublinha.

O comunicado conclui frisando que “a Colômbia sempre agiu e continuará a fazê-lo com critérios humanitários e pacíficos, a fim de ajudar a criar as condições para que haja novamente democracia e liberdade na Venezuela”.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje o corte de relações diplomáticas e políticas com a Colômbia, país que acusa de apoiar os EUA num golpe de Estado contra o seu regime.

“Decidi romper todas as relações políticas e diplomáticas com a Colômbia. Não se pode aceitar que continuem a disponibilizar o território colombiano para provocações contra a Venezuela”, disse.

O anúncio teve lugar em Caracas, na Avenida Urdaneta (nas proximidades do palácio presidencial de Miraflores) perante milhares de simpatizantes que hoje efetuaram uma marcha em defesa da revolução bolivariana.

A rutura de relações tem lugar depois de o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, ter acusado os EUA e a Colômbia de violarem a Carta das Nações Unidas.

“Os Governos dos EUA e da Colômbia violaram praticamente todos os princípios e propósitos da carta da ONU. A comunidade mundial está a vê-los e não sei se a ONU vai tomar as ações correspondentes”, escreveu o governante na sua conta da rede social Twitter.

Hoje é a data limite anunciada pelo autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, para a entrada no país de 14 camiões e 200 toneladas de ajuda humanitária reunida para a Venezuela.

Juan Guaidó, opositor de Maduro e reconhecido por mais de 50 países como Presidente interino do país, prometeu introduzir essa ajuda humanitária na Venezuela neste dia, numa operação para a qual estão mobilizados milhares de cidadãos.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do Presidente Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes e no país residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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