A UMAR Açores – Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres, que tem como objetivo social a Defesa dos Direitos das Mulheres e a promoção da Igualdade de Género, assinalou 25 anos de existência na Região.
Para assinalar a data a Delegação do Faial promoveu um programa festivo que contou com a presença de testemunhos de associadas e técnicas que participaram na implementação da Associação na ilha
A Delegação da ilha do Faial da UMAR/Açores, assinalou na tarde da passada sexta-feira os 25 anos de presença no Arquipélago.
As celebrações decorreram na Junta de Freguesia da Conceição, com uma cerimónia que contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva e da Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Ana Luís, e que incluiu ainda alguns testemunhos de associadas e de técnicas que tiveram envolvidas na implementação da Associação no Faial.
Coube a Carla Mourão, abrir a sessão. A psicóloga da UMAR/Faial lembrou que no Faial esta Associação “arrancou com pequenos passos em 2002”, e desde então têm-se verificado alterações no paradigma social e jurídico, nomeadamente, no âmbito da violência doméstica. Segundo Carla Mourão “a sociedade é tida como um todo e por conseguinte o paradigma da violência de género e da falta de igualdade entre homens e mulheres não são assuntos dos outros, são de todos e todas nós”.
Na sua intervenção José Leonardo Silva, fez questão de salientar a parceria que a autarquia tem mantido desde sempre com a instituição na realização de variados eventos, que no seu entender, demonstra “a importância da sua missão no nosso concelho”, disse.
Para o presidente do Executivo Camarário “esta é uma área de intervenção social difícil, que lida com realidades, muitas vezes, desconhecidas da maioria do público, e que necessita de pessoas empenhadas na resolução dos problemas e tecnicamente preparadas para agir e agir no momento certo”.
Na ocasião, o autarca destacou ainda a importância que a UMAR tem tido no concelho no que há promoção da igualdade de género e de oportunidades diz respeito e desafiou as várias entidades sociais parceiras, assim como as entidades empresariais locais a promoverem “políticas inclusivas e que favoreçam, justamente, a igualdade de género”.
O edil lembrou a este respeito que a Câmara assinalou na passada semana o Dia Municipal “Viver em Igualdade”, que no seu entender “dá visibilidade a esta temática e complementa todas as outras medidas já em curso, no âmbito do Plano Municipal para a Igualdade”, frisou.
Também Ana Luís congratulou a UMAR pela passagem do seu 25º aniversário, aproveitando para agradecer à Associação e a todas as instituições e entidades que “assumem na Região um papel determinante na igualdade de género, no combate à violência e na defesa dos direitos da mulher”.
A presidente da ALRAA, destacou ainda o trabalho que esta instituição tem vindo a desenvolver, no âmbito da formação das mulheres, com vista à sua autonomia, na capacitação do poder social e pessoal, na sensibilização para a igualdade de géneros, bem como no combate à violência doméstica.
Referindo-se ao caso concreto da violência doméstica, Ana Luís considerou que “esta é uma realidade premente na nossa sociedade”, que não se refere apenas “aos atos de violência física e sexual, mas também aos atos de violência psicológica e económica”.
Para a Presidente “estes atos são atualmente considerados como um problema grave de saúde pública, uma vez que que as suas consequências são devastadoras para a saúde e bem-estar da vítima, mas comprometem definitivamente o futuro, não só da vítima, a mulher, mas também dos seus filhos e de todos quantos lhe são próximos”, sustentou.
Ana Luís entende ainda, que se deve continuar a apostar nas medidas de sensibilização e de prevenção que “eduquem, desmistifiquem preconceitos e que se apresentem como verdadeiras ferramentas no combate à violência doméstica e de géneros”, reforçou.
A Presidente da ALRAA defendeu também que “a igualdade de géneros só será uma realidade quando houver uma efetiva alteração de atitude e de comportamentos que favoreçam uma mudança na nossa cultura”, considerando que “a prossecução de políticas ativas entre mulheres e homens, é um dever fundamental de qualquer governo, organismo público e de qualquer empresa e nós enquanto indivíduos integrantes na sociedade devemos também nortear as nossas ações quotidianas de forma a que essas disparidades deixem de ser uma realidade”, frisou.
A finalizar avançou que o parlamento dos jovens que irá decorrer no próximo ano, na Assembleia Regional terá como tema “A igualdade de géneros, um debate para todos”.
A Delegação da Ilha do Faial da UMAR/Açores iniciou a sua atividade em 2002 com duas valências, o centro de atendimento e uma casa de abrigo (casa de acolhimento temporário), a funcionar desde 25 de novembro de 2005, resultado de um Acordo de Cooperação com o Instituto Acção Social.
Na Casa de Abrigo são prestados às utentes vários tipos de apoios, desde acompanhamento jurídico, social e psicológico, e atualmente tem capacidade para 18 pessoas.
