É preocupante que a IP Telecom não assegure manutenção do atual sistema de cabos submarinos

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O deputado à Assembleia da República Paulo Moniz considera preocupante que a IP Telecom “não assegure a devida manutenção dos cabos atuais até à substituição dos Cabos Submarinos que ligam o Continente às Regiões Autónomas”, e diz que o Governo “tem sido irresponsável em todo o processo”

O social-democrata relata o que diz ser “uma situação grave”, porquanto a Infraestruturas de Portugal (IP Telecom) declarou não garantir a manutenção do atual cabo – que está em fim de vida útil – até à sua substituição, tendo questionado em audição o responsável máximo pela empresa, “de quem esperava um grau de responsabilidade e de envolvimento maior”, partilha.

“Estão em causa as comunicações para os Açores, as únicas possíveis, e nunca me passou pela cabeça que a resposta do presidente da Infraestruturas de Portugal fosse somente alertar para esse perigo, como se não tivéssemos conhecimento de tal situação e muito menos que dissesse que não garante a manutenção do cabo atual até à sua substituição. Acresce que o Governo da República voltou a não lançar o concurso até ao fim de novembro como disse que faria”, aponta Paulo Moniz.

Uma realidade “que retrata bem a falta de noção do problema, e a inação dos governos socialistas da República, face à urgência na substituição dos cabos submarinos de telecomunicações entre o Continente e as Regiões Autónomas, que se têm limitado a anúncios sem efetivas concretizações”, adianta o deputado.

Paulo Moniz diz que é “preocupante que o Presidente da Infraestruturas de Portugal mostre total incapacidade em garantir a continuidade e o funcionamento, nos próximos cinco anos, do anel existente, o que diz bem da leviandade com que tem decorrido todo este processo, sob alertas constantes do PSD, infelizmente sem respostas prontas dos governos do PS na República”.

Nessa sequência, o grupo parlamentar do PSD convocou, na passada quarta-feira, a Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM) para estar, novamente, em audição, já que “alguém neste país tem de olhar para a garantia do que vai ser aquele sistema de comunicações nos próximos cinco anos, porque o que está em jogo é demasiado para estar em perigo”, frisou.

Para o parlamentar açoriano, “ou temos essas garantias muito claras e muito assumidas pelo governo, secundadas pela opinião da ANACOM, ou estaremos perante um grave problema de continuidade territorial, referente a toda a vida económica e a toda a existência de comunicações como conhecemos hoje nos Açores”, alertou.

“Estamos perante um processo já demasiado longo, quando há dados concretos que confirmam o crescimento anual de cerca de 25% no tráfego daquele sistema. Ou seja, pode mesmo parar tudo, pois há o risco de estrangulamento”, reiterou o parlamentar.

Paulo Moniz visou também a reavaliação dos custos para aquele investimento, que tarda, “anteriormente estimados em 119,8 milhões, e agora reavaliados em 130 milhões de euros”, considerando que “as alterações recentes da economia mundial e do preço dos materiais leva-nos a recear que esse cálculo não corresponda à realidade”, afirmou.

O deputado conclui, reforçando que “houve uma clara falta de interesse do Governo da República na resolução de uma situação muito grave, pois são os cabos submarinos que asseguram as comunicações entre Portugal Continental, Açores e Madeira. É urgente evitar qualquer rutura nas comunicações de que dependem telefones móveis e fixos, televisão, o funcionamento da banca, a internet e tudo o que assenta naquela ligação”, disse.

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