“Fosso ideológico” entre PPM e PSD não permite coligação

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O presidente do PPM, Paulo Estêvão rejeitou, na passada semana uma coligação entre o Partido Popular Monárquico e o Partido Social Democrata, alegando um "profundo desacordo" com a maior parte do programa eleitoral do PSD e admitindo mesmo que existe um "fosso ideológico" que separa actualmente os dois partidos.

As declarações foram proferidas na Horta durante a conferência de imprensa de apresentação do seu manifesto.

Estêvão sublinhou a propósito que “o Partido Popular Monárquico apresenta-se a estas eleições legislativas num momento em que Portugal vive hoje uma das piores crises da sua longa História, pelo que importa, por isso, restaurar a independência nacional. Importa, também, penalizar quem nos colocou nesta situação, que não são outros que os partidos que nos governaram nos últimos 16 anos e assinaram este Memorando de Entendimento com a Troika, hipotecando assim a independência nacional: o PS, o PSD e o CDS.”

O PPM defende o “Corte radical na despesa pública, eliminando no processo institutos, fundações, parcerias público-privadas, empresas municipais, grandes obras públicas, a frota automóvel da administração pública e todos os desperdícios e excessos de cada uma das 13 740 entidades públicas” – sublinhou Estêvão, que defende ainda o apoio às empresas nacionais, através de uma redução da carga fiscal e da concessão de linhas de crédito.

O PPM defende a alteração da regulação laboral, no sentido de motivar a criação de emprego no sector privado e a recuperação do potencial da oferta de emprego no sector agrícola.

O programa de privatizações abordado no Memorando de Entendimento é algo que causa desagrado aos Monárquicos porque, de acordo com o que explicou o seu líder, “são sectores essenciais para o exercício da nossa soberania”.

A educação também não foi esquecida do manifesto do PPM, que reitera uma congelação da escolaridade obrigatória, uma reposição dos níveis de exigência no sector educativo, recuperação da autoridade do professor, desburocratização da actividade docente e melhoria dos currículos escolares.

A “velha proposta do PPM” relativa á revalorização do sector agrícola através da compra de terras por parte do Estado no interior do país e da sua posterior redistribuição por jovens agricultores enquadrados no sector cooperativo foi outra das medidas apresentadas.

O PPM propõe um incremento da pesca a grande profundidade, um aumento da aquacultura, e uma maior a fiscalização das águas nacionais.

No que à justiça diz respeito Paulo Estêvão é apologista de uma “completa independência ao poder judicial, colocando a polícia judiciária sob a tutela exclusiva do ministério público” e defende “fusão da PSP, da GNR e da Polícia Marítima numa única grande força policial sobre a dependência do Ministério da Administração Interna”.

Em relação à saúde, os monárquicos pretendem uma manutenção do serviço nacional de saúde, a profissionalização da gestão hospitalar e contenção nas despesas de funcionamento.

“Somos ainda contra a introdução das taxas moderadoras e queremos atacar de frente o crónico problema da falta de médicos, procedendo a um grande aumento das vagas dos cursos de medicina” – afirmou Paulo Estêvão.

O abandono das missões militares no exterior, a redução significativa do corpo de oficiais e a definição de uma nova prioridade estratégica para o país: a defesa e fiscalização dos 4 milhões de Km2 da ZEE e da Plataforma Continental que estão sobre jurisdição nacional, são outras das medidas apresentadas.

O manifesto do PPM tem ainda uma rubrica dedicada ás autonomias regionais. Dentro deste âmbito pretende implementar a “consagração constitucional dos princípios e garantias que devem nortear as transferências do Estado para os orçamentos regionais” e a “criação de uma Euro-região Atlântica que integre os Arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde”, no sentido de estrategicamente projectar e integrar o triangulo marítimo que liga a Europa aos continentes americanos e africanos. Esta entidade europeia possuirá uma formidável projecção estratégica, integrando todo o triângulo marítimo que liga a Europa aos continentes americano e africano.

Paulo Estevão está consciente de que eleger um deputado para a Assembleia da República não será uma tarefa fácil, todavia, está convicto num bom resultado no círculo fora da Europa, que tem como candidato Gonçalo da Câmara Pereira. 

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