Este início de ano trouxe duas notícias que interessam ao Faial e que definem o que nos espera em duas vertentes: a aplicação de fundos comunitários e o Verão IATA.
Relativamente à capacidade de candidatura a projectos a financiamento comunitário para o quadro 2014-2020, ficámos a saber que o Município da Horta, dos quase 10 milhões de euros de plafond disponível, apenas conseguiu aprovar 13% e menos de metade deste está na verdade executado.
É interessante também verificar que o Município que maior percentagem conseguiu captar foi o de Velas (35%), que não é Socialista, e que os que nada conseguiram captar foram Povoação e Lajes do Pico (0%), curiosamente ambos Socialistas.
O problema principal aqui reside no facto de estarmos a dois anos do final do quadro e por este andar, serão “devolvidos” quase 8 milhões de euros que poderiam ser aplicados no município.
Importa ainda referir, que à boa maneira Portuguesa, apesar de as regras serem claras no que concerne a devolução de capitais não aplicados, o Governo avançou que iria diligenciar no sentido de não se perderem esses fundos. Os também Socialistas da CMH não têm a mesma percepção quando se trata por exemplo do fundo próprio. Em 2018 a execução por parte das juntas de freguesia foi de 0%, ou muito próximo disso, e a quase 2 meses do fim do prazo, quando se falou em libertar esse fundo, a resposta foi negativa e os fundos “devolvidos” ao orçamento municipal.
Já relativamente ao anúncio de mais um voo semanal (Horta – Lisboa) nos meses de Abril, Maio e Outubro, não é uma má noticia… No entanto, e atendendo ao que tem sido o nível do serviço prestado pela SATA e num ano que começa com resultados negativos record na operação anterior, com a saída em barda de pilotos, com a falta de manutenção atempada de aeronaves que leva a paragens forçadas e tendo em conta que o Presidente da empresa ainda se encontra em fase de aprendizagem, podemos apenas concluir que teremos potencialmente mais 16% de passageiros frustrados! Frustrados pela chegada sem bagagem, pela pernoita extra em Lisboa, pela divergência para outro aeroporto, pelas desculpas da SATA que vão da meteorologia às questões técnicas, etc, etc. Afinal nem o RNP (RISE) nos vale.
Já quanto à intransigência de não corresponder à disponibilização de mais voos directos numa rota saturada, apenas se compreende se for para não aumentar os índices de incumprimento uma vez que a empresa aérea Açoriana não dispõe de meios humanos e técnicos para fazer face aos compromissos que assumiu ao nível das rotas (Alemanha, Ingla-terra, Espanha, EUA…) descurando aquele que deveria ser o seu principal foco, o transporte inter-ilhas e a ligação ao continente. De resto, apenas os EUA se afiguram como uma aposta com potencial, pelo mercado da saudade e pela nossa localização estratégica.
Uma terceira notícia que não referi â cabeça, mas apenas porque não interfere de forma directa nos interesses Faialenses, foi o anúncio do investimento por parte da ANA/Vinci no aeroporto do Montijo. Inicialmente anunciou-se um investimento de mil milhões de euros, dois dias depois mil e cem milhões e no dia seguinte, 1350 milhões de euros… É incrível como se incrementa até 35% num custo anunciado em dias, e relativamente ao investimento no Aeroporto da Horta, anunciou-se os 10,5 milhões para áreas de segurança e mais nada. Dos deputados socialistas na República nem pio. Depois de anos a acusar a privatização da ANA como a hipoteca de qualquer intervenção na Horta por 50 anos, agora que se está a rever o contrato de concessão para os próximos 50 anos (novamente), foram incapazes de à semelhança dos aumentos de verba para o Montijo, adicionarem umas migalhas para a sua região.
Importa referir que basta o equivalente a uma derrapagem de 1,5% no Montijo para executar o projecto que o Grupo de Trabalho lançado pela CMH apresentou.
Quando foi a última vez que uma obra pública teve uma derrapagem inferior a 1%? Há memória?
