Poiares Maduro quer criar empresa regional para produzir conteúdos audiovisuais nos Açores

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O ministro Poiares Maduro veio aos Açores apresentar a sua proposta de modelo para reestruturação do serviço público de rádio e televisão para os Açores.

Esteve em São Miguel e na Terceira e, na manhã de quinta-feira visitou a delegação da RTP Açores na Horta.

 “Esta visita confirma aquilo que é a avaliação que eu fiz, com base na qual desenhei um modelo para o futuro do serviço público de televisão e rádio dos Açores. Julgo ser importante encontrar um modelo que permita um desenvolvimento deste serviço público para que consiga atingir os anseios da população dos Açores, bem como dar a oportunidade aos Açores de produzir conteúdos audiovisuais em particular para as comunidades açorianas radicadas no Faial” – adiantou.

No final da visita às instalações, Poiares Maduro disse aos jornalistas que a sua intenção passa pela criação de uma empresa regional de produção de conteúdos audiovisuais, ficando a informação a cargo da RTP/Açores, um “bom modelo” que assegurou “não estar fechado”.

“A nova empresa ficaria com a outra produção de conteúdos, que não a área da informação, sendo que isso permitiria investimentos fortes, buscar outro capital, dinamizar a produção audiovisual regional, que poderia produzir para outros canais da RTP, para outros canais portugueses ou internacionais”, afirmou aos jornalistas o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.

Para Poiares Maduro, este modelo “garantiria o cumprimento do serviço público de rádio e televisão nos Açores, daria à região autónoma um papel mais importante em matéria de produção audiovisual e conteúdos audiovisuais, permitindo também um investimento em matéria do serviço público, porque essa nova empresa poderia ter mais facilmente acesso a fundos europeus”.

Segundo o ministro, parte dos atuais recursos humanos ficariam na RTP/Açores, sendo que os restantes, da área da produção de conteúdos audiovisuais seriam transferidos para a nova empresa de base regional.

“No modelo que a RTP me apresentou não está previsto qualquer despedimento, agora, qualquer empresa, depois, tem de funcionar adequadamente e portanto a RTP/Açores e a nova empresa terão de ser empresas eficientes e funcionar normalmente”, afirmou.

Miguel Poiares Maduro assegurou que “nada está fechado” enquanto não receber a posição formal do executivo açoriano, apesar de sublinhar que o modelo proposto é “bom e é uma solução que permite a valorização do serviço público de rádio e televisão nos Açores”.

No entanto, a proposta que o ministro apresentou a Vasco Cordeiro não foi muito bem aceite pelo presidente do Executivo que já veio a lume manifestar a sua preocupação. “A proposta   inclui “aspetos preocupantes”, alertou o Presidente do Governo, que se comprometeu a pronunciar-se no espaço de um mês sobre esta proposta, após a devida análise detalhada.

“O Governo dos Açores vê com preocupação esta proposta, porque considera que ela não responde, nesta primeira análise sumária, àquilo que é necessário fazer no Centro Regional da RTP dos Açores e, sobretudo, no que tem a ver com a assunção plena e eficaz por parte do Estado do cumprimento deste serviço público nos Açores”, afirmou Vasco Cordeiro.

“Outro aspeto que nos preocupa tem a ver com os trabalhadores. Essa proposta não pode ser apenas uma forma de resolver a questão que, eventualmente, se possa considerar existir em relação aos trabalhadores”, alertou Vasco Cordeiro, acrescentando que outro motivo de preocupação está relacionado com a Contribuição do Audiovisual (CAV), que é suportada pelos Açorianos.

No final do encontro com Poiares Maduro, o Presidente do Executivo manifestou também a sua preocupação em relação ao património que, atualmente, está afeto ao Centro Regional dos Açores da RTP e da RDP, assim como à questão do arquivo regional.

“Foram feitos investimentos no país todo na rádio e na televisão e agora, chegada à vez dos Açores, se queremos fazer com que a RTP recupere o atraso de décadas que tem, há uma solução que não nos parece que cumpra aqueles que são os objetivos que esse serviço deve ter também na Região”, afirmou.

Para Vasco Cordeiro, numa primeira análise a esta proposta, há algo que “dificilmente é compreensível e aceitável para o Governo dos Açores, que é o arranjarmos este modelo, esta divisão, apenas para resolver o problema dos recursos financeiros da RTP”.

 

 

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