Prémio – Fundação Rebikoff-Niggeler distinguida com o Prémio Natura Mare 2018

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É já amanhã que a Fundação Rebikoff-Niggeler vai ser distinguida com o Prémio Natura Mare da PwC na Gala de Entrega dos Prémios Excellens Mare 2018 que têm como objetivo reconhecer a excelência e o mérito nas atividades do mar.
Em entrevista ao Tribuna das Ilhas os fundadores desta fundação faialense que explora e a documenta o mar dos Açores desde 1994, afirmam que com este prémio veem o seu trabalho reconhecido e sentem-se motivados a continuar.

A PwC anunciou no fim do mês transato que iria distinguir a Fundação Rebikoff-Niggeler com o Prémio Natura Mare 2018 na Gala de Entrega dos Prémios Excellens Mare 2018 que vai ter lugar amanhã, dia 14 de abril, na Figueira da Foz.


O Prémio Natura Mare visa reconhecer a excelência e o mérito de pessoas ou entidades que atuam no sentido da preservação e valorização do meio aquático.
Neste sentido, a PwC acredita que Fundação Rebikoff-Niggeler, entidade faialenses sem fins lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1994, que tem como principal objetivo documentar faunas e habitas submarinos sobretudo nas zonas mais profundas do mar dos Açores, é merecedora deste prémio.


No seguimento deste anúncio o Tribuna das Ilhas entrevistou Joachim e Kirsten Jakobsen, os responsáveis e principais investigadores da Fundação.


Para Kirsten e Joachim “receber este prémio é uma honra” depois de documentar o mar profundo estes anos todos. “É uma afirmação do esforço que estamos a fazer, que o trabalho está a ser reconhecido o que é sempre bom para nos motivar e dar vontade de continuar”, explicaram.


No entanto, os investigadores afirmam “que não fazemos o trabalho para ganhar um prémio, mas para ajudar a região e os açorianos a conhecer o mar profundo de uma forma melhor e de uma forma visual”.


Na sua opinião, este prémio vai ser entregue à fundação pelo seu trabalho de uma forma em geral, pelas suas descobertas e também pelas imagens cinematográficas de documentários de estações televisivas de renome.


A Fundação opera o único submarino tripulado de investigação em Portugal, o LULA100, que vai até 1000 metros de profundidade e pode levar três pessoas. Kirsten explica que com este equipamento fazem “mapeamento de fundos do mar, mapeamento de habitats nas vertentes das ilhas, sobretudo nas zonas mais fundas” e gravam em vídeo espécies e habitats nunca antes filmados.


“A qualidade ótica dos vídeos que conseguimos capturar é bastante elevada e estamos sempre a modernizar o nosso equipamento e por causa disto a BBC, o National Geographic e o Discovery estão a mostrar as nossas filmagens”, sustenta Joachim.


No entanto, para além do trabalho cinematográfico, a Fundação, como sendo uma das poucas entidades que trabalham em grande profundidade, realiza ainda projetos de investigação científica em parceria com investigadores do IMAR e do DOP ou com o Governo dos Açores.


“Muitas vezes observamos habitats ou comunidades de fauna novas e isto às vezes leva ao desenvolvimento de projetos mais específicos como, por exemplo, a sul do Pico, descobrimos, há uns anos, um campo de esponjas de profundidade e vamos agora fazer um trabalho mais concreto nesta área com investigadores do IMAR e do DOP”, revelam os responsáveis da fundação.


A Fundação Rebikoff tem ainda um projeto de determinação de lixo marinho com o Governo dos Açores e têm fornecido também dados “sobre habitats de interesse ecológico, por exemplo, para ajudar nas decisões de classificação de zonas marinha”, avançam.


No futuro, já têm programado um projeto com investigadores da Universidade dos Açores (UAç) para estudarem “as paredes verticais em grandes profundidades porque encontramos sítios com muitas comunidades de corais” difíceis de encontrar, salienta Kirsten.


De momento, a Fundação só mergulhou ao largo das ilhas do Faial, Pico, São Jorge e Santa Maria, mas tencionam passar por todas as ilhas. “Com os anos queremos mergulhar em todas ilhas, principalmente nas paredes verticais e nos montes subaquáticos, para obter uma visão geral e documentar de uma forma geral os Açores em grande profundidade”, afirmam os investigadores.


“Há muito trabalho a fazer e nos próximos anos não vamos fazer pausas e vamos continuar para saber mais e trazer mais imagens da profundidade à superfície”, frisa Joachim.


O fundador avança ainda que fazem “muitos mergulhos mesmo no meio do nada na coluna de água. Paramos a descida com o submarino à volta dos 600 metros de profundidade e depois descemos muito devagar para documentar o que é que vive mesmo na água”, conta, acrescentando que “é impressionante a biodiversidade aqui nos Açores”.


A nível financeiro Kirsten conta que “tivemos um apoio através do programa PROCONVERGENCIA do Governo dos Açores para o investimento na construção do LULA1000”, mas que todo o trabalho realizado pela Fundação Rebikoff é financiado pela própria através dos seus projetos científicos e cinematográficos.
Para Joachim “era bom ter algum financiamento para cobrir os custos anuais, os custos fixos que temos para podermos trabalhar e documentar mais estas ilhas maravilhosas”.


Kirsten continua explicando que a Fundação tem “as dificuldades gerais que a ciência tem”. “É preciso dinheiro para os projetos científicos, quanto mais fundo vamos há certas despesas que não se consegue evitar, os equipamentos são caros” e as eventuais avarias tem de ser reparadas.


“Pensamos que estamos agora num bom ponto de partida para criar uma sinergia entre o Governo, os investigadores da UAç e nós para dar utilidade ao potencial que aqui existe”, concluem.

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