Álvaro Ataíde de Oliveira tem 72 anos e desde os 13 que é sapateiro. Natural da Praia do Almoxarife, era o filho mais novo de uma família numerosa. Aprendeu esta arte por necessidade. Quando terminou o ensino primário, ainda não tinha idade para entrar no mercado de trabalho, então foi aprender a arranjar sapatos para ajudar a família. Gostava de ter sido carpinteiro ou mecânico, mas o destino levou-o para outras áreas. Primeiro foi carteiro e depois operador de máquinas na Empresa de Eletricidade dos Açores até atingir a idade da reforma, mas nunca deixou de ser sapateiro. Álvaro de Oliveira é talvez o sapateiro mais antigo do Faial. Ao Tribuna das Ilhas, admite que esta é uma atividade “sem grande futuro” e regista com pena que “conhece pessoas que já entraram nesta atividade, mas largaram” por ser “uma arte difícil e que não dá muito sustento”, lamenta. O sapateiro assume que se mantém nesta atividade por “respeito” e considera que esta é “uma profissão que faz falta” à sociedade.
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