Rankings das escolas acentuam desigualdades sociais e são publicidade para escolas privadas

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O Bloco de Esquerda critica classificação das escolas com base nos resultados exames nacionais – uma prática que só serve para fazer publicidade gratuita às escolas privadas, que selecionam os seus alunos – e alerta para o aumento do insucesso escolar nos Açores.
“Nos últimos dois anos a taxa de abandono escolar precoce – que corresponde ao número de jovens entre os 18 e os 24 anos que não terminou o ensino secundário – aumentou nos Açores”, salientou o deputado do Bloco de Esquerda, António Lima, referindo que em 2016 o abandono escolar se fixava em 26,9%, tendo atingido os 28,3% em 2018. Um dado que é ainda mais preocupante quando comparado com os valores no continente, que se fixam nos 11,2%.
Portugal terá de atingir a meta de 10% no abandono escolar precoce até 2020. Um meta que nos Açores “é uma miragem”, lamentou o deputado do BE.
A divulgação dos rankings das escolas ignora todos estes alunos que nem sequer chegaram aos exames, e que merecem especial atenção.
António Lima considera ainda que a divulgação dos rankings das escolas acentua as desigualdades sociais e é apenas “publicidade gratuita para as escolas privadas, que naturalmente selecionam os seus alunos e o seu contexto socioeconómico, e um castigo anual para as escolas que, por numerosas razões, entre as quais o contexto sócio-económico onde se inserem, tiveram piores resultados”.
Num debate realizado hoje sobre educação, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda deixou também criticas ao Governo Regional por ainda não ter anunciado uma solução digna que garanta a continuidade da existência de intérpretes de Língua Gestual Portuguesa na Escola dos Arrifes, cujo contrato termina dentro de apenas três dias.
“Durante 9 anos o Governo utilizou a mão de obra precária e barata, recorrendo a todos os estratagemas – como falsos recibos verdes e sucessivos contratos a prazo para garantir o obrigatório apoio de intérprete de Língua Gestual, em vez de abrir vagas nos quadros”, agora estes alunos estão à beira de ficar sem deste apoio essencial que permite a comunicação com professores, colegas e funcionários da escola.
Ainda esta semana o parlamento vai discutir uma proposta do BE que pretende resolver este problema respeitando os direitos das intérpretes e o direito de acesso à educação por estes alunos Surdos.
António Lima acusou o secretário da Educação por ser responsável por estar em causa o direito à educação dos alunos Surdos de São Miguel, e desafiou o Governo a resolver o problema de imediato, sem esperar pela proposta do BE.

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