Recordando figuras marcantes d’outrora – As Senhoras Medeiros

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Era eu um jovem aluno do velho Liceu da Horta, quando me foi dado o prazer e a oportunidade de ser apresentado a estas duas venerandas e simpáticas senhoras, residentes no aprazível e movimentado Largo do Infante, numa magnífica casa que me encantava, possivelmente por conter um alto, esbelto e riquíssimo relógio, encostado à parede.
Tinham, por nomes, respetivamente, Dª. Olga e Dª. Natália.
Nesse tempo, já bem distante, habitava com estas cultas e generosas senhoras uma sobrinha, de nome Yolanda, filha duma irmã das ditas senhoras e dum Engenheiro de nome Mr. Corsepius, por sinal, ainda recordado na avoenga Vila das Lajes do Pico, certamente por gente bem idosa, por ter providenciado a instalação da primeira central eléctrica nesta localidade.
Pude, assim e naturalmente, através do convívio respeitoso com estas distinguidas senhoras, privar de muitos e enriquecedores conhecimentos que, certamente acabariam por ter influência nos meus comportamentos.
Foi com a Dª. Olga com quem mais me relacionei, pois, esta veneranda senhora teve a bondade e a gentileza de me ajudar imenso, na aprendizagem da língua inglesa, a qual dominava com perfeito conhecimento.
Estas simpáticas senhoras pertenceram a uma elite requintada e esclarecida, que convivia, frequentemente, com o elevado número de estrangeiros, ligados às Compa-nhias cabográficas, muitos dos quais acabariam por trazer as famílias e outros, por cá se casaram.
Terá sido, certamente, o período de maior elite cultural e social que a ridente cidade da Horta viveu.
Há algum tempo que venho “discorrendo” sobre figuras marcantes d’outrora, que povoaram esta cidade, aonde me criei, estudei e trabalhei e não ficaria bem com a minha consciência, se não trouxesse à ribalta, quer as venerandas e para sempre recordadas e estimadas irmãs Medeiros, quer, também, a gentil e realista sobrinha que, até aos dias de hoje, mantem a generosidade da comunicação, ainda que a espaços. 

José Azevedo

Fevereiro 2018

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