Serviço Educativo do Teatro Faialense – Workshop “Educarte” – “A ideia é promover a Educação pela Arte”

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Termina hoje, no Teatro Faialense, o Workshop “Educarte”, que decorre naquele espaço desde o dia 25 de março, no âmbito do Serviço Educativo do Teatro, da responsabilidade da Câmara Municipal da Horta e Hortaludus. De acordo com Bruno Melo, um dos monitores deste workshop, “a ideia é promover a Educação pela Arte”.

Tendo como base a arte, desde a fotografia, ao vídeo, passando pela música, artes plásticas, dança, ilustrações e teatro, 20 crianças aproveitaram as férias da Páscoa para participar neste workshop que tem por objetivo despertar o gosto pelas artes, bem como potenciar um primeiro contato com as diferentes manifestações artísticas.

De acordo com Bruno Melo, o que se pretendeu “foi criar um workshop que abrangesse as várias áreas relacionadas com esta sala de espectáculos”.

Bruno Melo é faialense e, após alguns anos fora da ilha, regressa e decide criar a sua própria empresa. A B2M destina-se à produção de eventos, sobretudo culturais, e surge porque o seu responsável encontra no Faial e em toda a Região, um grande potencial para o desenvolvimento artístico local. O gosto de Bruno pela cultura vem de longa data, tendo mesmo sido responsável por uma página cultural no extinto jornal Correio da Horta. Com formação em áreas como a fotografia, o vídeo e a comunicação, a sua empresa dedica-se essencialmente à realização de programas de televisão, vídeos institucionais, documentários, publicidade e promoção de eventos. 

O Educarte junta pessoas de diferentes áreas artísticas. Bruno Melo ministrou as áreas do vídeo e da fotografia, Zeca Sousa ficou a cargo da música e Beatriz Oliveira foi a responsável pela dança. As artes plásticas estiveram a cargo de Isabel Sampaio e Ana Correia e César Lima orientou a componente de teatro. Segundo Bruno Melo a colaboração destes elementos foi fundamental para que este projeto se realizasse: “isto é muito trabalhoso e cansativo e eles foram simpáticos em colaborar nesta iniciativa. Foi muito bom conseguir uma equipa que, na minha opinião, é excelente, com experiência e grande qualidade demonstrada nestas áreas”, disse.

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Para este monitor, “através da Arte conseguimos despertar a curiosidade e a criatividade das crianças. Para além de desenvolverem as suas aptidões psicofisiológicas, elas conseguem adquirir outro tipo de ferramentas, como por exemplo a importância de se saber trabalhar em equipa e de existir um trabalho de interajuda e de incentivo uns com os outros”.

Bruno faz um balanço positivo da iniciativa, com base no entusiasmo das crianças: “estes dias de formação têm sido muito positivos, pois temos conseguido realizar um trabalho criativo progressivo e com a constante motivação e interesse de todas as crianças”, disse.

Na área de vídeo e fotografia, as crianças foram desafiadas a construir um guião para uma curta metragem, o que, no entender do monitor, “é algo muito complexo, que dá trabalho e que precisa de muita formação técnica”. Para os mais novos foi tarefa simples: “todas as crianças são muito criativas, pedi uma história com personagens e rapidamente surgiram mais do que uma boa história por grupo, fantástico”, explica.

Para o monitor é compensador trabalhar com estas faixas etárias, tendo em conta que a sua imaginação vai muito além daquilo que se possamos imaginar.

Ao criar uma curta metragem as crianças são conduzidas numa aventura através das letras, dos sons e das histórias que criam e que ligam as diversas artes. “Ao trabalhar um guião perceberam que, para dar algumas emoções ao seu filme, precisam de música”, exemplifica o monitor, salientando que, sem darem conta, as crianças estão a desenvolver outras aptidões, como a leitura e a escrita.  

Para Bruno Melo, algumas das crianças já demonstravam interesse pelas artes, por isso tornou-se mais fácil explorar as suas potencialidades: “há aqui crianças que têm algum interesse neste tipo de atividades porque já têm alguma ligação familiar, ou porque estão ligadas à área cultural, ou então porque frequentam aulas de dança, ou também porque já brincaram com as câmaras fotográficas em casa…”, explica. 

Uma das formas de cativar os jovens é ter como ponto de partida algo simples: “começamos com uma luz, explicando o que é e o que podemos fazer com ela e é magnífico para eles, que vêm que com uma luz conseguimos alterar temperaturas de cores e com elas conseguimos trabalhar sentimentos, passar uma mensagem com as tonalidades que impomos”, exemplifica.

Para o formador o mais importante é que os participantes no workshop apliquem os conhecimentos de forma a influenciar outras crianças. A facilidade com que hoje os mais jovens têm acesso às novas tecnologias também facilita esse processo, como exemplifica, hoje em dia, é possível filmar uma curta metragem com recurso a um telemóvel: “com os conhecimentos práticos que aqui adquiriram, num grupinho de amigos, podem elaborar uma história e influenciar outros tantos a interessar-se por esta área”.  

Serviço educativo para as artes todo o ano

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A atual conjuntura de crise que o país vive e o facto de o orçamento das famílias estar cada vez mais reduzido não condicionou a procura e as inscrições, até pelo contrário. Com um custo de 25 euros por 31 horas de formação em seis áreas diferentes, os pais faialenses consideraram este um bom investimento e aderiram à iniciativa.

A julgar pela adesão, Bruno Melo pensa que esta é uma atividade promissora e a repetir, não só como forma de ocupar as crianças no período de férias, mas como complemento às atividades extra-curriculares durante todo o ano: “gostaria que se conseguisse implementar, e agora compete ao Teatro e à Hortaludus, criar um serviço educativo anual”, confessa, acrescentando que “há os ATL, o Clube Naval com os desportos náuticos, a biblioteca, as instituições desportivas, uma série de entidades e estabelecimentos que se destinam à ocupação dos tempos livres das crianças. Era bom conseguir que a Hortaludus tivesse um serviço educativo anual para as artes”, diz. Para Bruno este é um serviço que o Teatro “pode fazer por si, ou em parceria com as associações que já existem e em várias áreas diferentes, desde a música, ao teatro, à dança, entre outras”, afirmou.

Bruno Melo esclarece, de resto, que este não é o primeiro projeto deste género que o Teatro Faialense recebe a sua autoria: “No mês de março implementou-se o  projeto ‘Olhos de ver’, destinado às escolas do primeiro ciclo, onde as crianças tiveram a oportunidade de conhecer as instalações do teatro e aprender componentes sobre a luz”, referiu.

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