O Partido Monárquico Português (PPM), numa Declaração Política (DP) apresentada esta quarta feira, na sessão plenária de julho que decorreu esta semana na Horta, defendeu que nas eleições legislativas regionais que se aproximam, irá “defender a necessidade de mudança”. Paulo Estevão o PPM deixou ainda a garantia que o partido “possui capacidade de diálogo e de compromisso, por isso está disponível “para dialogar e favorecer consensos no nosso sistema político”, para “aceitar a responsabilidade e a representatividade que o povo nos quiser dar”. No entender do deputado dos Monárquicos, “mais representatividade significará mais força e maior legitimidade para as ideias e projetos que defendemos”, sublinhado que “em qualquer circunstância, o PPM não será uma força de bloqueio no âmbito do nosso sistema parlamentar e de governo”, afirmou. O deputado lembrou que os Açores estão a enfrentar “graves dificuldades em praticamente todas as áreas da governação”, consequência “de 20 anos de governação interruta do Partido Socialista que está muito desgastado”. “Faltam-lhe ideias, acumulou vícios, eternizou dependências, aburguesou-se e perdeu a capacidade de estimular as pessoas para um futuro diferente e entusiasmante”, afirmou Estevão. Para o líder dos monárquicos portugueses “a atividade política é uma atividade nobre. Um desafio imenso e estimulante para todos os que a abraçam com espírito de missão e a ambição legítima de dar um contributo válido para a melhoria das condições de vida de todas as pessoas, sem exceção”. Neste sentido, apoia a necessidade de “encontrar caminhos para a prosperidade” da sociedade, bem como de “cultivar a justiça, defender a liberdade individual, respeitar as diferenças e estimular o espírito de iniciativa, as potencialidades e a criatividade que todos possuem”, entende. Estevão na sua declaração reconheceu que “existem insanáveis diferenças ideológicas” entre os partidos representados, por isso considerou que ao “lado da diversidade deve existir capacidade de diálogo. Capacidade para chegar a acordos em todas as áreas em que isso seja possível”. “Eu acredito que isso seja possível nos Açores. Eu acredito que os açorianos desejam que isso aconteça nesta nossa terra”, reforçou. O deputado do Corvo, dedicou a última parte da sua DP “à esquecida reforma autonómica”. Nesta matéria o PPM mostrou a sua “vontade de negociar e chegar a um acordo nesta área”, por dois motivos: “o primeiro é que consideramos que um acordo regional no âmbito da reforma autonómica deve constituir-se como um elemento de pressão que motive a necessária revisão constitucional”, “a segunda razão é que existem um grande conjunto de matérias autonómicas que podem ser concretizadas sem que para isso seja necessário efetuar qualquer revisão constitucional”, defendeu. A titulo de exemplo o deputado do PPM apontou a “abertura à candidatura de listas subscritas por cidadãos independentes para o Parlamento dos Açores, quebrando assim o monopólio partidário no acesso aos lugares da democracia representativa”, a “consagração do sistema de listas eleitorais abertas no âmbito das eleições para o Parlamento dos Açores, no sentido de permitir que os cidadãos possam ordenar livremente os candidatos propostos pelos partidos e pelas listas de independentes, a “redução para 43 o número de deputados a eleger para o Parlamento dos Açores através da criação de um grande círculo regional que elegerá 23 deputados (os restantes 20 seriam eleitos nos círculos de ilha e da emigração). “Ampliar o regime de incompatibilidades no âmbito do exercício de cargos políticos e aumentar o “período de nojo” no âmbito da transição entre estes e o exercício de cargos de nomeação política na administração regional ou no sector público empresarial regional; Criar uma circunscrição eleitoral própria para os Açores no âmbito das eleições para o Parlamento Europeu; Criar uma polícia regional; Promover a criação de seleções desportivas açorianas, são entre outros, os exemplos que o deputado apresentou na sua DP. A terminar o deputado salientou que da parte do PPM “a disponibilidade para chegar a um acordo, nestas e noutras matérias, continua totalmente vigente”, por isso, “se ele não se concretizar, porque alguns desertaram da mesa do diálogo e outros se refugiaram no dogmatismo mais absoluto, a responsabilidade não nos pode ser imputada”, concluiu.