SkyExpert defende liberalização da rota Lisboa – Horta – Lisboa

Diretor da empresa de consultoria em aviação comercial defende fim do protecionismo preventivo, permitindo a abertura do mercado em todas as gateways. Para Pedro Castro, o subsídio de mobilidade deve também ser revisto com urgência, evitando abusos por parte de passageiros e agências de viagem.

O modelo aplicado para liberalização das gateways da Terceira e São Miguel vingou e passados sete anos é tempo de partir para a abertura ao mercado livre dos restantes aeroportos que ligam os Açores ao resto do mundo, como a rota Lisboa-Horta-Lisboa. Esta é a visão de Pedro Castro, diretor da SkyExpert, que ouvimos durante as suas férias no Triângulo. “Já atravessou o auge e o declínio da pandemia, vingou” reforça, afirmando que “o protecionismo preventivo nunca nos permitirá saber o que o mercado faria e como reagiria noutro enquadramento”.

 

Não defende que o Governo Regional dos Açores (GRA) e o Estado saiam “de cena”, devendo, sim, canalizar investimento em marketing e desenvolvimento de rotas para que as companhias percam receio e prudência. “Para uma companhia aérea, qualquer abertura de rota é um grande esforço, seja porque é um mercado ainda não explorado, seja porque o nome da companhia ainda não é conhecido” acrescenta o fundador da empresa de assessoria, formação e consultoria em aviação comercial.

Castro teme que o “justo pague pelo pecador” caso o Subsídio Social de Mobilidade (SSM), em vigor desde 2015, não seja devidamente fiscalizado e continuem os “abusos”. Uma das formas de defraudar o sistema é comprar bilhetes reembolsáveis, fazer check-in e cancelar o mesmo, e ainda assim conseguir ir aos CTT ser reembolsado pelo valor do SMM. Neste caso o passageiro fica a receber o desembolsado à companhia e o atribuído pelo subsídio que permite aos açorianos um reforço da coesão territorial. “É muito fácil as companhias aéreas darem acesso a uma plataforma em que, nos CTT, se introduz o número do bilhete que vai ser reembolsado e se saiba imediatamente se esse bilhete foi efetivamente voado ou alvo de reembolso”, explica.