Chegou ao fim no passado domingo a festa maior dos faialenses. Depois de dois anos de interrupção forçada, devido à pandemia de Covid-19, a Semana do Mar (SM) regressou para uma edição de propósito quase poético: o de permitir à população uma grande festa de reencontro, de abraços calorosos e de folia, como que a confirmar que o período conturbado que vivemos ficou para trás.
A SM 2022 tinha, também, um grande teste pela frente: mostrar como funcionaria a festa num espaço completamente diferente, por força da obra da Frente Mar.
Pelo que pudemos observar, a única desvantagem de maior monta desta deslocalização foi mesmo o cenário, com a festa a deixar de enquadrar a montanha do Pico na sua plenitude. Ainda assim, ela esteve sempre presente, nesta ligação umbilical entre as duas ilhas, este ano espelhada pela forte afluência de picoenses, principalmente na quarta-feira.
Parece-nos que o modelo montado funcionou bem, destacando-se a nova localização do palco, no Parque da Alagoa, que, para além da grande vantagem de não obrigar ao corte do trânsito na Avenida 25 de Abril, proporciona um espaço muito aprazível e perfeitamente adequado à realização dos concertos.
Destacamos, também, o ótimo trabalho da autarquia nas redes sociais e na imagem da festa, com a realização de pequenos vídeos a cada dia, privilegiando as várias vertentes da SM, com o destaque mais que merecido ao maior festival náutico do país.
O anterior elenco autárquico defendia que a SM já tinha encontrado o seu modelo, e o facto dos novos inquilinos dos Paços do Concelho não fazerem alterações de grande monta ao mesmo vem comprová-lo. No entanto, seria bom assistir a algumas mudanças, nomeadamente na Feira Gastronómica, com a presença de novos restaurantes.
Independentemente do local da festa ou de alterações ao modelo que possam surgir, uma coisa é certa: a grande virtude da SM é, e continuará a ser, o envolvimento dos faialenses. Seja na participação no Festival Náutico, com destaque para o grandioso espetáculo que é a regata à vela de botes baleeiros; seja no Corso, com um trabalho voluntário sublime das várias freguesias; seja na participação das nossas filarmónicas, grupos folclóricos, grupos de cantares, entre outros.; seja ainda no envolvimento nos quiosques e tasquinhas que servem para angariar verbas para as nossas instituições. A SM é, verdadeiramente, dos faialenses, para os faialenses, feita com os faialenses e de braços abertos a todos os que connosco queiram estar!