“Os factos que lhe são imputados não passam de meras conjeturas, gravemente infundadas, não são suportadas em provas juridicamente relevantes”, diz o RAI assinado pelo advogado, no qual se alega ainda que Azeredo Lopes é “vítima de grave injustiça” e que o “tribunal há de reconhecê-lo e declará-lo e a história dirá o porquê da acusação”.
O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes e o antigo diretor da PJ Militar Luis Vieira, acusados no caso do furto e achamento das armas em Tancos, foram dois arguidos que pediram a abertura de instrução, uma fase facultativa do processo, dirigida por um juiz, e que serve para os arguidos contestarem a acusação e assim tentarem evitar ir a julgamento.
A instrução do processo de Tancos será dirigida pelo juiz João Bártolo.
O processo de Tancos tem 23 pessoas acusadas, entre as quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo em outubro de 2018 na sequência das relevações e da polémica em torno do caso.
Aos arguidos são imputados crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.
Nove dos 23 arguidos foram acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento. O ex-ministro da Defesa foi acusado de prevaricação e denegação de justiça, abuso de poder e favorecimento pessoal.
O caso do furto das armas em Tancos foi tornado público pelo Exército a 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação/achamento do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, no distrito de Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a Polícia Judiciária Militar, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.
Vários altos responsáveis da PJ Militar e elementos da GNR de Loulé foram acusados neste processo.