Uma história do Rock” vence Festival MUVI

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A longa metragem documental “Na margem: Uma história do Rock”, de Rui Berton, João Tempera e Davide Pinheiro, foi a grande vencedora da edição deste ano do MUVI — Festival Internacional de Música no Cinema, foi hoje anunciado.

Duplo vencedor — do júri das Odisseias musicais e prémio do Público -, o filme de Rui Berton, João Tempera e Davide Pinheiro, premiado no certame a decorrer em Almada, recolhe a história do rock em Almada ao longo de praticamente 60 anos, contada por aqueles que a viveram de guitarra em punho.

Já “Peret, Yo Soy La Rumba”, de Paloma Zapata, um retrato fidedigno da ‘rumba catalã’ contado por membros da família de Peret, autor de “Borriquito” e inventor de um género musical que misturava o ímpeto do rock, o sabor dos ritmos das Caraíbas e o flamenco, venceu o Palco Internacional das Odisseias Musicais — prémio do júri.

“Uma Espécie de Punk”, de Rui Portulez, sobre a história do punk em Portugal, com depoimentos dos UHF, Xutos & Pontapés, Censurados, Peste & Sida, Mata-Ratos ou X-Acto, recebeu uma menção honrosa na mesma categoria.

No plano internacional, o júri premiou, com uma menção honrosa, “Fevereiros”, de Marcio Debellian, que conta a trajetória de Maria Bethânia através da homenagem que a escola de samba Mangueira lhe prestou no Carnaval de 2016.

Sensibilizado com a história verídica, muitas vezes contada na primeira pessoa ou por familiares próximos do cantor de ópera ucraniano a viver em Paris tornado soldado com um desfecho trágico, no documentário “Myth”, de Leonid Kanter e Ivan Yasnity, o público decidiu também atribuir-lhe uma menção honrosa.

Na categoria Sonetos Cantados Palco Internacional, o prémio do público foi atribuído a “More Than a Barbershop”, de Xandru Fernández e Fernando Otero Perandones, uma curta-metragem curta filmada num invulgar cabeleireiro de Dublin, na qual um barbeiro com uma elevada dose de melomania, se transforma num dos principais curadores culturais da cidade.

No Palco Nacional, e na mesma categoria, o vencedor foi “O Stradivarius Português”, de Rafael Abalada Matos, uma produção da Antena 2 sobre o único Stradivarius que existe em Portugal. Datado de 1725, o instrumento musical pertenceu ao compositor e violoncelista belga Pierre Chevillard e, mais tarde, foi adquirido para a coleção do rei D. Luís.

Também aqui os elementos do júri concordaram com a atribuição do prémio do público e elegeram a curta da Antena 2 com a melhor portuguesa em competição.

Apesar da votação renhida, o júri premiou a qualidade musical e criatividade da curta russa e inglesa “Let It Soul”, de Kirill Kulagin, que acompanha a deslocação de Shawn Lee ao estúdio de gravação dos Soul Sufferers.

Nas Canções Com Gente Dentro, a secção de vídeos musicais do MUVI, os vencedores foram “Landslide”, do realizador Eoin Glaister, que proporciona imagem em movimento ao single homónino dos norte-americanos Beirut, no Palco Internacional, e “Singing In The Rain (And I’m On Fire)”, do realizador Rui Geada, que ilustra o single dos almadenses The Manchesters, banda que, no dia 25 de fevereiro, atuou no Cine Incrível, integrado na programação do festival.

O vencedor internacional do público foi para “Landslide” além de ter atribuído uma menção honrosa a “Human”, de Hazel Hayes, com música da britânica Dodie.

No Palco Nacional premiaram “Motorcycle Boy”, de James F. Cotton & Masato Riesser, tema de The Legendary Tigerman, e atribuíram uma menção honrosa a “Frida”, de Cláudia Batalhão, um tema de April Ivy com a colaboração do ex-Buraka Som Sistema Conductor.

“Ainda Tenho Um Sonho ou Dois – A História dos Pop Dell’Arte”, de Nuno Duarte e Nuno Galopim (Odisseias Musicais), “Barreiro Rock City”, de Bruno Martins e Leonor Bettencourt Loureiro (Sonetos Cantados) e “#Demasia”, de Chikolaev (Canções Com Gente Dentro), foram os filmes premiados pela crítica, uma seleção feita pelos ‘bloggers’ e jornalistas presentes no certame.

Com cerca de 100 filmes exibidos em competição e em retrospetivas – entre longas metragens, curtas e vídeos musicais – o MUVI recebeu ainda os concertos do jazz de jazz Andy Sheppard, músico britânico residente na Ericeira e que no passado dia 21 foi agraciado com um doutoramento honoris causa pela Universidade de Bristol, e dos portugueses Joana Barra Vaz, The Manchesters e Harka no emblemático Cine Incrível.

A edição deste ano conta ainda com a exposição “Xutos & Pontapés: 40 anos, 40 fotos”, de Cameraman Metálico.

Com a competição encerrada, hoje à tarde o certame – que termina domingo no Fórum Municipal Romeu Correia – acolhe o Cine Concerto em que Charlie Mancini musicará os clássicos do cinema mudo “Felix the Cat in Hollywood”, “Inside A Animation Studio Making A Cartoon” e “Viagem À Lua”, de Georges Méliès, com um piano de cauda.

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