Visita à Ilha das Flores

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DR/CDU Açores

Fonte: CDU Açores

O coordenador do PCP Açores, Marco Varela, deslocou-se nos dias 19, 20 e 21 de outubro à ilha das Flores para aprofundar o conhecimento dos problemas da ilha e das expectativas que os florentinos têm, para lhes poder dar voz e apresentar o conjunto de propostas que o PCP tem para as diversas áreas, estando certos de que as mesmas vão ao encontro das necessidades e preocupações da população da ilha.

Assim, o objetivo foi o de ouvir os florentinos, as suas instituições e os seus representantes locais, conhecer as suas realizações e perceber as suas carências.

No dia 19 de outubro foram realizadas reuniões com a Associação Humanitária de Bombeiros das Flores e a Associação de Pescadores das Flores. No dia 20 de outubro foram realizadas reuniões com a Associação de Agricultores das Flores e a Unidade Saúde da Ilha das Flores, bem como uma reunião com o eleito municipal, militantes e os ativistas da CDU, no decorrer dos quais, e como acontece nas restantes ilhas, foi mais uma vez evidenciado o avolumar-se das dificuldades sentidas pelos trabalhadores, população e produtores, devido aos baixos salários e pensões, ao aumento do custo dos fatores de produção, e ao consequente e transversal aumento do custo de vida.

O que se evidencia, e é comum a todas as instituições com que o PCP reuniu, é a falta de resposta ou a resposta insuficiente que se evidencia no anteprojeto de Plano e Orçamento da Região Autónoma dos Açores, e sobretudo as promessas feitas no passado e não mantidas (algumas já há mais do que um ano): é possível notar um claro desinvestimento na ilha, tanto que o próprio Conselho de Ilha das Flores deu parecer negativo.

Da reunião com a Associação de Bombeiros Humanitários das Flores destacamos a necessidade de intervir na manutenção dos dois edifícios (o edifício das Lajes das Flores já tem várias infiltrações), e de processar o pagamento a tempo e horas da prestação de serviços que a Associação presta, nomeadamente na descarga do combustível, já que atualmente isto demora 4 ou 5 meses. Também é necessário apoiar a aquisição de viaturas.

Quanto às pescas, da reunião com a Associação de Pescadores das Flores destacou-se a falta de tempo, por parte do Secretário Regional das Pescas, para reunir com a Associação em 2 anos de mandato, e a promessa não mantida, por parte de um deputado da coligação do Governo, de uma grua nova para o porto das Poças. Passou-se, entretanto, mais de um ano, e não há sinais dessa nova grua.

Também na agricultura existe um claro desinvestimento, que já levou ao encerramento da Cooperativa Ocidental e ao abandono da produção de manteiga, iogurte, queijo. A solução encontrada pelo governo foi o encerramento e as prometidas compensações, mas nem sequer estes compromissos foram ainda compridos na sua totalidade. Como é do conhecimento geral, as Flores têm dificuldades de abastecimento de bens alimentares por via marítima, e com o encerramento desta unidade acrescentaram-se problemas aos problemas.

A Unidade de Saúde da ilha das Flores tem vindo a fazer um esforço para reforçar a resposta dada aos florentinos. Verificámos que está previsto o reforço de profissionais de saúde com concursos abertos, sendo necessário dar continuidade ao investimento em obras no edifício, e criar condições adequadas tanto para os profissionais com para os utentes. É ainda preciso investir nas viaturas que permitem a deslocação de enfermeiros e médicos no apoio domiciliário.

Emerge a necessidade de reforçar os meios da Força Aérea, nomeadamente as tripulações de busca e salvamento, como de resto o PCP tinha proposto em sede de Orçamento de Estado.

Como em todas as ilhas, um dos problemas focados foi a questão da habitação. Há profissionais, seja na área da saúde ou da educação, a querer vir trabalhar para a ilha das Flores, mas, como de resto acontece aos casais jovens, a sua fixação esbarra sempre na falta de habitação.

Deu-se particular realce a algumas das 11 medidas urgentes que o PCP apresenta para responder aos problemas da Região e dos açorianos, que a serem implementadas também dariam um forte contributo para o desenvolvimento da ilha das Flores.

Para o PCP, é preciso avançar com medidas concretas

  • valorizando salários, pensões, apoios sociais (abono de família, creches gratuitas)
  • defendendo a produção regional.
  • defendendo o direito à saúde e o SRS.
  • estabelecimento um valor máximo para o preço dos combustíveis.
  • tratando atempadamente da manutenção dos equipamentos terrestres de apoio à pesca
  • criando um Posei Transportes.
  • proporcionando habitação a custos controlados para arrendamento ou compra.

Trata-se de medidas ao alcance do Governo Regional: mas este parece estar unicamente preocupado com a sua sobrevivência política, criando, pela sua inércia, as condições para a crescente desigualdade entre ilhas e açorianos.

Entretanto, a nossa Região precisa que se dê resposta à crise que atravessamos, assegurando a valorização de salários e pensões, o combate à precariedade e à exploração, defendendo o Serviço Regional de Saúde, reforçando e valorizando a rede de produção regional, porque basta de perdemos o que de melhor temos e sabemos fazer.

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