21 de março de 2018: o Dia do Povo Faialense

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1. O povo na rua

Os faialenses voltaram a fazer ouvir a sua voz no dia 21 de março, um ano e meio depois da manifestação de 7 de setembro de 2016.
Estamos saturados de promessas e “telefonemas mágicos” em período de campanha eleitoral, que depois são completamente atropelados pela dura realidade de uma política cada vez mais centralista do Partido Socialista, que não consegue olhar para toda a região e que atropela por completo o princípio da coesão territorial e do desenvolvimento global dos Açores.
A luta por mais e melhores acessibilidades aéreas ao Faial, deixou de ser “apenas” um desígnio desta comunidade e passou a ser um combate pela sobrevivência da ilha.
Um combate pela possibilidade de entrar e sair da ilha, por motivos de saúde ou quaisquer outros; pela igualdade de acesso a tarifas minimamente aceitáveis, comparativamente com outras rotas; pela capacidade de exportar os produtos locais; pela possibilidade de receber turistas; pela oportunidade de rentabilizar os negócios que muito custaram a materializar.
Resumindo, este é um combate pelo direito ao desenvolvimento, à criação de emprego e a uma ilha com futuro. Um futuro que hoje não vemos, mas que queremos construir. E, custe o que custar, vamos conseguir construir esse futuro para a nossa ilha.

2. Um governo com receio de aparecer aos faialenses
Desta vez, o Presidente do Governo não estava no Faial. A Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas estava, mas não foi ao encontro da população que se concentrou fora do Parlamento Regional. O papel foi assumido pelo membro do governo com a tutela dos assuntos parlamentares, naturalmente após concertação no interior do executivo.
Fica, assim, a imagem de um governo que não assume as consequências das suas decisões, decisões que no caso concreto passam por retirar este ano ao Faial dezenas de ligações aéreas e milhares de lugares.
Este é um governo que, através da sua companhia aérea regional, que deveria ser nossa, de todos os açorianos, estrangula os acessos ao Faial e condiciona decisivamente a capacidade de desenvolvimento desta ilha.

3. Uma câmara com receio de confrontar o governo
Ao contrário do que aconteceu em 2016 e até do que havia sido declarado durante a manhã, desta vez o presidente da câmara optou por aparecer. Já o disse publicamente, e repito, na minha opinião deveria ter comparecido ao lado dos faialenses logo na primeira manifestação, em setembro de 2016. Fica a pergunta: o que o terá feito mudar de opinião?
O que não entendo é o receio de enfrentar o governo regional. A presença na manifestação parece confirmar que o governo não ouve a Câmara Municipal da Horta, que não atende às suas reivindicações e que há muito “fechou as portas” à autarquia, como suspeitavam os faialenses.
Por isso, é necessário confrontar os responsáveis políticos com as suas decisões e assumi-lo com coragem, a mesma coragem que demonstraram os faialenses de nascimento ou de coração que, no espaço de dezoito meses, se manifestaram duas vezes em frente à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Este é o momento de falarmos todos a uma só voz, de forma fundamentada e determinada, pois as consequências deste bloqueio serão visíveis nos próximos tempos, para quem nos quer visitar, para os empresários locais e para a população em geral.
O governo está a estrangular o Faial, está a condicionar o nosso desenvolvimento de forma consciente e propositada, e isso tem que ser dito de forma clara, frontal e sem receio. 

26-03-2018

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