Semana do Mar: pensar o futuro!!!

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A maior festa do Faial voltou a abrilhantar a nossa ilha. A Semana do Mar é, para mim, um espaço de alegria e de encontro para residentes, turistas e para quem regressa a casa nesta época. É também um espaço de reencontro com aqueles a quem perdemos o rasto e de repente reaparecem e nos abraçam, como fazíamos quando éramos crianças e jogávamos à bola.
Mas o evento que mais recursos envolve ao nível do orçamento municipal é também extremamente relevante em diferentes dimensões, e tem que corresponder às responsabilidades daí decorrentes.
Nesta edição, a título positivo, destaco claramente a preocupação ambiental, com a instauração generalizada dos eco-copos (nos anos anteriores, apenas um espaço praticava por sua iniciativa esta metodologia), retirando de circulação muitos milhares de copos de plástico de utilização única. Esta consciência ecológica é uma mais-valia para qualquer evento e, necessariamente, para a nossa festa maior.
A cidade fica mais limpa e o planeta também.
O festival náutico continua também a afirmar-se como a marca distintiva da Semana do Mar. É, por si só, um espetáculo de grande dimensão. Mas como defendi há cerca de um ano, tem que ser potenciado e dado a conhecer a toda a comunidade.
É preciso aproximar o festival náutico da população, aspeto crucial para conjugar a festa no mar com a festa em terra. Para o conseguir, é necessário trazer para junto de quem está em terra, todas as provas náuticas em que tal seja possível, e valorizar essas mesmas provas com a apresentação de um resumo diário das mesmas no painel principal da festa e com a entrega dos principais troféus do dia no palco principal.
A Expomar, organizada com grande esforço pela Câmara de Comércio e Indústria da Horta, perdeu nos últimos anos o seu fulgor empresarial e está transformada maioritariamente numa exposição de instituições. Assim, defendemos que deve dar lugar a um grande evento a realizar na primavera – a Feira Internacional do Mar dos Açores – com conferências, oportunidades de negócio e feira gastronómica de peixe e marisco, de modo a dinamizar a economia fora da época alta.
Um dos aspetos que suscita maior debate na apreciação da Semana do Mar é a localização do palco principal. Entendo que há alternativas melhores para a sua instalação, nomeadamente a marina, e considero que esta mudança é um dos aspetos mais relevantes para tornar a festa mais bonita e mais moderna.
No mesmo sentido, considero necessário apostar muito mais nas condições da feira gastronómica e alterar a sua localização, de modo a que – em conjugação com a alteração do palco principal – se torne possível manter aberta a circulação rodoviária na avenida 25 de Abril durante o dia.
Estas medidas e outras como a revalorização do papel do Largo do Infante e a melhoria das condições de trabalho, higiene e conforto das tasquinhas e quiosques, são essenciais para o futuro do evento. Não há modelos estanques e inalteráveis e o modelo da Semana do Mar precisa de ser repensado e modernizado, ouvindo o que os faialenses têm para dizer, faialenses que ainda há poucos anos se mobilizaram para refletir sobre o assunto e elaboraram um documento com um conjunto de recomendações para o futuro.
A participação ativa de mais cidadãos na organização é um fator crucial para a inovação que os faialenses ambicionam, e por isso mesmo, salientando previamente o papel insubstituível que as instituições têm no evento – sendo o Clube Naval da Horta um grande exemplo, ao organizar com muita competência o maior festival náutico do país – se mantém oportuna a proposta que fizemos há um ano: o presidente da comissão organizadora da Semana do Mar deve passar a ser um cidadão convidado entre a população, dando também por esta via maior capacidade de intervenção à sociedade faialense.

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