Na passada terça-feira, a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF) e o Movimento de Pais pela Inclusão uniram-se numa marcha intitulada “Caminhada Solidária pela Inclusão”.
José Alberto Fialho, presidente da APADIF, confidenciou ao Tribuna das Ilhas que “esta caminhada vem na sequência de vários contatos que temos vindo a estabelecer com diversas entidades, nomeadamente, com elementos do governo, para que a escola inclusiva fosse uma realidade aqui na ilha do Faial”.
“O que acontece é que esse trabalho começou em fevereiro e estávamos esperançados que íamos encontrar uma solução para este problema antes do início do ano letivo 2014/2015. No entanto, apesar de nos terem feito algumas promessas, nada foi feito, e vamos começar o ano letivo com as mesmas características, com as mesmas dificuldades que tínhamos anteriormente”, refere José Fialho.
Perante isto, o presidente da APADIF, refere “os pais estão descontentes, não querem continuar a deixar os seus filhos naquela escola onde, de facto, não existe uma equipa multidisciplinar que resolva os problemas daquelas crianças. Os pais querem mostrar a sua discordância e talvez até algum mau estar perante as entidades que são responsáveis por isso acontecer, daí o aparecimento desta caminhada que vai precisamente até à Assembleia onde está o nosso governo reunido para mostrar esse descontentamento” esclareceu.
“Nós contatámos a presidente da Assembleia Legislativa Regional e vamos ser recebidos, vamos fazer uma pequena intervenção, para demonstrar o nosso descontentamento perante esta situação” explicou Fialho antes do inicio da caminhada.
“O Movimento de Pais pela Inclusão surgiu em fevereiro e desde então tem havido mais apoios por parte da Segurança Social. A escola inclusiva, sabemos que é uma tarefa difícil mas não é impossível, podemos criar uma equipa multidisciplinar pois temos técnicos aqui na Horta que estão desempregados, custa dinheiro mas é um investimento” sublinhou o impulsionador desta caminhada.
O Movimento de Pais pela Inclusão, neste momento, conta com cerca de 50 pais e por volta de 30 crianças.
Governo dos Açores reage a Caminhada Solidária pela Inclusão
A “Caminhada Solidária pela Inclusão” organizada pela Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF) em conjunto com o Movimento de Pais pela Inclusão na passada terça-feira já surtiu efeito, levando o Governo Regional a sentir necessidade de prestar esclarecimento sobre o assunto.
O Governo Regional esclareceu que “no caso concreto da ilha do Faial, a Escola Secundária Manuel de Arriaga, relativamente ao ano letivo findo, foi reforçada de um para dois docentes em educação especial, mantendo um efetivo na área de pessoal não docente/técnico superior”.
Acrescentou ainda que “de igual modo, a Escola Básica Integrada da Horta que, no ano escolar de 2013/2014, estava dotada de seis docentes em educação especial e três de apoio educativo, foi igualmente reforçada. No ano letivo 2014/2015, que agora se inicia, esta escola passará a dispor de nove docentes em educação especial e outros nove em apoio especial, mantendo ainda duas pessoas na área de pessoal não docente/técnico superior”.
O Executivo Açoriano achou por bem esclarecer também que “apesar de se registar uma diminuição do número de alunos com necessidades educativas especiais ou integrados em projetos ou programas especiais, o Governo dos Açores entendeu por bem alocar, atendendo às especificidades de cada uma das nossas ilhas, o pessoal docente e não docente/técnico superior necessário ao regular e adequado funcionamento das valências referidas”.