Termina esta semana, nesta nossa cidade da Horta, o maior festival náutico que se realiza no país, integrado na 42 edição da Semana do Mar neste ano de 2017, a maior festa não religiosa da ilha do Faial, e provavelmente da Região.
Ao longo destes 42 anos muitos foram os que deram o seu contributo para que a festa tivesse sempre o melhor cartaz possível, fosse nas atividades culturais e artísticas, fosse no desenvolvimento das atividades náuticas e recreativas. Um desses elementos, foi novamente este ano homenageado pelo Município da Horta, a título póstumo, por entre de entre várias coisas, pelo seu contributo na organização da 1ª regata que deu origem posteriormente a esta grande Festa, falo obviamente de João Carlos Fraga, com quem tive o prazer de trabalhar na Direção de Regional de Turismo, numa altura em que estes visitantes eram por nós designados de “aventureiros”, e aprender muito sobre a importância das regatas e sobretudo perceber por que razão éramos, e somos, tão apreciados pelos tais aventureiros, hoje mais conhecidos como Iatistas.
Muitos foram também, ao longo destes 42 anos, aqueles que entenderam que a Festa deveria ter este ou aquele figurino, esta ou aquela localização, este ou aquele artista, este ou aquele restaurante, esta ou aquela atividade, tendo obviamente todos direito à sua opinião.
Em 2014, fruto de um “movimento” surgido após um “debate facebookiano” durante a Semana do Mar de 2013, foram organizadas 3 Tertúlias, dando livre expressão a todos quantos quiseram participar, tendo correspondido à chamada cerca de 100 pessoas, correspondendo a 0,66% da população faialense.
O resultado desse trabalho, traduziu-se num relatório final que foi apresentado publicamente, e entregue ao Município da Horta, e que fazia uma análise aos momentos públicos de debate e transmissão radiofónica, através da Rádio Antena 9, apresentava um conjunto de sugestões, divididas por temas, e terminava com uma Síntese Conclusiva.
De entre as sugestões apresentadas a primeira passava pela entrada de elementos da sociedade, independentemente da já existente comissão de festas englobar um vasto conjunto de parceiros nas áreas da cultura, desporto, economia, artesanato, segurança, entre muitos outros. Essa entrada de elementos foi feita através da criação de Grupos de Trabalho, divididos em 3 áreas chave, Marketing e Comunicação, Animação e Cultura, e Infraestruturas e Montagens, compostas por 4 ou mais elementos, e que contribuíram, com as suas ideias para uma melhor Semana do Mar, tendo esse contributo sido demonstrado em pequenas e grandes alterações que voltaram a colocar a Semana do Mar no Cartaz Regional dos eventos de Verão dos Açores, evitando a tentação de aniquilar a unicidade deste evento, em detrimento da sua transformação em um mero festival de verão.
Muitas outras sugestões foram feitas, umas mais consistentes, outras apenas meras constatações. De entre as pequenas e grandes alterações apresentadas de 2014 para cá, cujo adjetivo caberá a cada um de nós, permitam-me que destaque os seguintes: a apresentação no início do ano do cartaz do Festival, e a sua divulgação nas nossas comunidades de emigrantes, permitindo a programação de quantos nos desejem visitar, e felizmente tem sido em número muito significativo. Criação de imagem própria do evento, programação e divulgação por palcos e festival náutico, realçando a importância de cada área da festa promovendo-a pelas ilhas do Triângulo através de publicidade em vários formatos (spot rádio e vídeos), e diariamente nas redes sociais e site próprio. Aposta em criação de merchandising para reforçar a imagem da Semana do Mar, no ano de 2017 com a inovação das T-shirts para crianças e venda dos produtos em quiosque específico. Promoção da segurança infantil com a criação de pulseiras de identificação e o seu entretenimento com a disponibilização de individuais com jogos e atividades relacionadas com o mar. Permissão de acampar na zona do parque da Alagoa, alteração da iluminação na zona da avenida, simbolizando as velas dos nossos visitantes. Criação, através de um concurso de ideias, de novas estruturas para o Largo do Infante, dignificando desta forma um espaço nobre da nossa festa. Valorização do Festival Náutico Internacional, ampliação e criação de novas estruturas para a zona das Tascas, reforço das instalações sanitárias através da aquisição de contentor sanitário. Após mais de 18 anos de ausência, voltaram a marcar presença, para alegria das nossas crianças e adolescentes, os carrocéis de feiras. Melhoria das zonas de apoio às tascas, embelezamento e maior dispersão dos contentores de recolha de resíduos, criação de campanhas ambientais, criação do dia sem Plásticos, onde numa única noite foram vendidas cerca de 600 canecas metálicas. Implementação da tenda eletrónica, ou espaço after hours, integrando a juventude na Festa. Rejuvenes-cimento do Festival Internacional de Folclore, eleição da Rainha da Semana do Mar, Valorização da Feira Gastronómica através da apresentação de restaurantes de outras localidades.
Apresentação de novos desportos e atividades na Praia de Porto Pim, ação desenvolvida pela Ajifa, entre muitas e muitas ações ou atividades que foram desenvolvidas ao longo dos últimos dois anos, e que não cabem nesta crónica.
É certo que não foi possível mudar tudo o que se pretendia, anular todos os constrangimentos da festa, virar a festa de cabeça para baixo, mas é mais que certo que muito foi feito, por Faialenses e para os Faialenses, em prol da sua festa, da sua cidade, da sua Ilha e da sua Região, e que a Semana do Mar teve uma nova face nestes últimos 4 anos.
VIVA A NOVA FACE DA SEMANA DO MAR!
