A SATA, infelizmente e uma vez mais…

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Começa a ser uma tortura escrever sobre a Sata, ou para ser mais rigoroso, sobre o serviço que a Sata presta ao Faial. Porém, sempre que pensamos que durante algum tempo a companhia aérea regional se vai esforçar por prestar um serviço de qualidade a esta ilha, eis que novos episódios nos mostram que, afinal, a Administração da empresa e o Governo Regional não dão um passo para mudar – para melhor – o serviço que a companhia aérea regional presta aos faialenses e a quem nos visita.
O caso mais recente aconteceu no domingo, 20 de maio, quando o voo Lisboa-Horta divergiu para a vizinha ilha do Pico, onde aterrou e deixou todos os passageiros, descolando de seguida em direção ao Faial, onde aterrou sem qualquer passageiro.
Há alguma razão para que tal tenha acontecido? Tem que haver! Quero acreditar que sim.
Podemos apenas presumir que a justificação seja de ordem técnica ou de segurança, o que só vem reforçar ainda mais os argumentos a favor da ampliação da pista do aeroporto da Horta.
Mas admite-se que uma empresa pública regional adote procedimentos que deixam toda a gente de “boca aberta” e não se preocupe em explicar as razões às pessoas?
É aceitável que os passageiros sejam obrigados a aguardar horas a fio pela ligação marítima ao Faial – pois por acréscimo, o episódio de domingo coincidiu com a greve da Atlânticoline – e não sejam informados das razões por parte da companhia aérea?
Não é aceitável, pelo contrário, é lamentável que assim seja e até chocante, se pensarmos nos passageiros mais fragilizados, como os idosos ou as crianças de colo.
Este comportamento de “quero, posso e mando” da Administração da Sata só acontece porque tem a cobertura do Governo Regional.
Os passageiros têm que ser tratados com respeito, incluindo no que se refere aos esclarecimentos a que têm direito nestas situações, e a companhia aérea regional tem que perceber isso de uma vez por todas.
De igual modo condenável é o silêncio cúmplice do Governo Regional, que assiste a todos estes incidentes e apoia sem reservas as decisões da Administração da Sata, decisões que, inúmeras vezes, têm sido extremamente penalizadoras para o Faial.
O Governo Regional apoia o mau serviço prestado ao Faial, porque não dá indicações claras à companhia aérea para melhorar este serviço; o Governo é cúmplice porque, em vez de nos acompanhar na reivindicação pelo aumento de ligações aéreas, subscreve a diminuição de voos para o Faial; o Governo é ainda culpado, porque não se preocupa com a necessidade premente de promoção da rota direta entre Lisboa e a Horta e compactua com a sua desvalorização e progressivo esvaziamento.
Por outro lado, a Administração da Sata tem de perceber que no mundo em que vivemos, quem presta um serviço, de qualquer natureza, tem o dever de procurar servir bem os seus clientes. Uma empresa pública com a dimensão e relevância da Sata, por maioria de razão, tem obrigações acrescidas neste âmbito.
A Sata é crucial para a mobilidade dos açorianos de todas as ilhas.
A companhia aérea regional é importantíssima para as ligações das açorianas e açorianos de todas as ilhas, bem como para a ligação entre os Açores, o continente português e a comunidade emigrante.
Por isso, a Sata deve ser um instrumento da autonomia dos Açores.
Lamentavelmente, nos últimos tempos, a Sata parece estar a funcionar mais como um dos grandes veículos de afastamento entre ilhas, de fomento de rivalidades e de construção de muros, do que como um verdadeiro instrumento de aproximação.
Há que pôr ordem na casa. E não nos calaremos até que tal aconteça!!!

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