Associação de Utentes em falta para formar Conselho Consultivo do Hospital da Horta

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O novo Conselho de Administração do Hospital da Horta tomou posse no passado mês de junho e tem como objetivo, até ao final do corrente ano, criar um Conselho Consultivo, órgão social obrigatório para todas as Entidades Públicas Empresarias (E.P.E.). O Hospital da Horta caracteriza-se como E.P.E. desde o ano de 2007. A administração deparou-se, no entanto, com a falta de uma Associação de Utentes, organização que deve eleger um representante para participar no Conselho Consultivo.

João Morais, presidente do Conselho de Administração do Hospital da Horta, falou ao Tribuna das Ilhas sobre esta falta. “A Associação de Utentes será uma forma de aproximar o hospital das pessoas mas não só nas alturas mais críticas. Servirá também para os utentes começarem a ter uma voz no Conselho Consultivo”, explicou.

De acordo com João Morais esta associação teria “um carácter importante”, uma vez que ia “manter uma proximidade e um acesso mais direto com a população do Faial, Pico, Flores e Corvo, ilhas que este hospital também serve”.

“À semelhança do que aconteceu nos últimos tempos com a reestruturação do Sistema Regional de Saúde, quando o Hospital da Horta está em discussão, bem como as suas valências, todos se entusiasmam e dão a sua opinião”, frisou o presidente do Conselho de Administração, salientando que “nestas situações e outras semelhantes fazia todo o sentido a criação de uma Associação de Utentes”.

Criação de uma Associação de Utentes é “processo muito simples”

Segundo João Morais, a criação de uma Associação de Utentes para o Hospital da Horta é “um processo muito simples”. “Qualquer pessoa, qualquer cidadão comum pode-se informar junto do cartório para saber os procedimentos a tomar e o número de elementos necessários e criar esta associação”, disse.

O presidente do Conselho de Administração adiantou que este movimento não terá fins lucrativos e “seria uma forma mais organizada na defesa dos interesses dos utentes de uma forma mais coletiva”. “Os nossos utentes não ficam perdidos, temos o Gabinete do Utente, o Gabinete de Serviço Social, entre outros que acompanham as pessoas mas de uma forma mais individual”.

A Administração está a trabalhar o mais rápido possível para formar um Conselho Consultivo, mas até ao momento, o hospital ainda não teve qualquer contacto de utentes interessados para se organizarem numa associação.

“Lanço um apelo à sociedade civil para que se organize e tente formar o mais rapidamente possível uma Associação de Utentes para estar representada neste Conselho Consultivo. Conseguimos pôr este Conselho a funcionar sem esta associação, mas penso que seria muito importante e uma mais-valia que os utentes estivessem representados”, realçou João Morais.

Funções do Conselho Consultivo

O Conselho Consultivo, como o próprio nome indica, é um órgão de consulta que reúne pelo menos uma vez por ano, podendo reunir mais vezes se for necessário e tem como função principal “ir acompanhando a atividade hospitalar”, afirmou o presidente do Conselho de Administração.

Trata-se de um órgão social de todos os hospitais E.P.E., juntamente com o Conselho de Administração e o Fiscal Único. Este conselho é composto por oito pessoas: o presidente que será a pessoa indicada pelo Governo, um representante da Sociedade Gestora de Recursos e equipamentos da Saúde dos Açores (Saudaçor), um representante dos trabalhadores, dos voluntários, da Associação de Utentes, da Unidade de Saúde da Ilha do Pico e da Unidade de Saúde das Flores, e o Conselho de Administração, que estará presente mas não terá direito a voto.

“Basicamente será um órgão que para além de trazer informação para o hospital, poderá ser útil no dia-a-dia da sua gestão, vai acompanhar a sua atividade e fazer a defesa desse acompanhamento, criando uma maior proximidade à sociedade civil”, explicou João Morais.

A Administração do hospital está confiante na organização definitiva deste conselho até ao final do ano. Esta é uma altura “um pouco difícil porque muitos profissionais estão de férias, só em meados do mês de setembro é que voltamos à normalidade do funcionamento. Até ao final do ano seria importante fazer uma primeira reunião e no início de 2014 fazer todos os possíveis para que o Conselho Consultivo fique a funcionar com a normalidade que se requer”, realçou João Morais.

É importante alguma rapidez neste processo, porque torna-se “essencial para quem está a administrar perceber as preocupações e necessidades dos utentes”.

“É muito mais cansativo lutar individualmente”, concluiu João Morais, lembrando que “se as pessoas se organizarem e criarem um movimento para que possam ter uma voz ativa. Se estiverem presentes nestes órgãos estão mais dentro dos assuntos e podem dar a sua opinião atempadamente”.

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