Autarca de Angra do Heroísmo admite necessidade de obras nas ribeiras

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O presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, admitiu hoje a necessidade de obras de aprofundamento dos leitos das ribeiras, para evitar inundações em habitações, como aconteceu no domingo

“O que tem de ser feito é o aprofundamento do leito da ribeira e a remoção de muitos dos muros, de maneira a criar uma secção de vazão maior. As ribeiras estão constrangidas pelas casas, pelos muros, pelos caminhos, estão reduzidas a uma secção que não corresponde às necessidades”, afirmou o autarca Álamo Meneses, em declarações à Lusa.
No domingo ao final do dia, a chuva intensa e o vento provocaram estragos nas estradas, quedas de árvores, transbordos de ribeiras e inundações em habitações na ilha Terceira, sobretudo na zona oeste.
No concelho de Angra do Heroísmo, nove pessoas tiveram de ser realojadas em casas de familiares, mas, segundo Álamo Meneses, a maior parte das situações está “resolvida”.
“Estão a ser feitas as limpezas e nós estimamos que uma parte importante dessas pessoas já hoje possam regressar à sua habitação”, revelou.
O presidente do município de Angra do Heroísmo justificou os estragos causados com o facto de se ter feito sentir uma “chuvada excecional”, mas também com a “falta de capacidade dos leitos” das ribeiras e com a existência de ruas em locais que antes eram “grotas”.
“Isto tem a ver com a própria estrutura do povoamento e com a orografia. É claro que há questões que se podem fazer, mas estamos a falar em intervenções estruturais, que têm a ver com novas vias e com o desvio de cursos de água. Estamos a falar de coisas de grande dimensão”, apontou.
Álamo Meneses sublinhou que “todas as linhas de água estavam impecavelmente limpas e em funcionamento”, alegando que o problema foi a falta de capacidade dos leitos das ribeiras, sobretudo junto às pontes, que em muitos casos foram projetadas.
O autarca, que é engenheiro civil e doutorado em ambiente, admitiu a intervenção da autarquia em ribeiras, em colaboração com o Governo Regional.

“Vamos ter de, em colaboração, tentar resolver este problema, mas há aqui investimentos que têm de ser feitos por todas as administrações, porque isto é uma questão transversal. Quer na zona municipal, quer nas outras zonas, há, de facto, problemas de constrangimentos que têm de ser resolvidos”, avançou.
Além dos estragos provocados pelas inundações em centenas de habitações na zona oeste da ilha Terceira e nas colheitas de milho dos agricultores, a chuva causou também fissuras em várias estradas municipais e caminhos agrícolas.
O autarca de Angra do Heroísmo disse que os prejuízos são “extensos”, mas considerou “prematuro” avançar com um valor.
“Não é fácil fazer uma estimativa, porque o setor mais atingido é o setor agrícola, portanto, ainda não foi possível fazer isso”, apontou.
Questionada pela Lusa, fonte oficial da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas disse que estava ainda a decorrer um “levantamento exaustivo” dos prejuízos.

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