Os preços “excessivamente baixos dos medicamentos genéricos” são a causa mais importante identificada pelos hospitais para as ruturas de fornecimento. Estas ruturas são muitas vezes resolvidas com recurso à importação do medicamento.
Os dados do estudo mostram que 39,1% dos hospitais têm ruturas no fornecimento de medicamentos de uso hospitalar todos os dias, 30,4% dizem que ocorre semanalmente e outros 30% que as ruturas são mensais.
As ruturas no fornecimento de medicamentos de uso hospitalar são consideradas pela totalidade dos hospitais como um “problema grave”. Para 26% dos inquiridos é um problema grave que afeta todos os medicamentos, para 30% afeta essencialmente os fármacos que têm genéricos e para 44% é grave, mas apenas nalguns medicamentos.
A larga maioria dos hospitais portugueses considera também que o processo de compra de medicamentos nunca é desencadeado atempadamente, apontando a carga administrativa e a falta de recursos humanos como principais problemas. 78% das unidades consideram que o processo de aquisição de todos os medicamentos “nunca é desencadeado atempadamente”, apontando a “carga administrativa” como a principal barreira de acesso a todos os medicamentos.
A “ineficiência dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS)” e a falta de autorizações financeiros são outros dos fatores identificados como barreiras, apesar de terem menor peso do que a carga administrativa dos processos. A “falta de eficácia” dos SPMS é ainda apontada por 48% dos hospitais como sendo uma condição objetiva das mais relevantes que “restringe a aquisição de medicamentos”.