Confiança duvidosa!

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 Em política, a confiança é um pilar. Faz parte da cultura cívica, e consequentemente política, o termo confiança, por isso é muito (excessivamente até) utilizado na boca dos políticos nas alturas de campanhas eleitorais.

 A confiança serve para diversos efeitos, quer para o governante, que tem de ter confiança na sua boa governação, na capacidade de liderança, de acatar os desejos populares, como também um governante confiante influencia, com mais qualidade, outros líderes políticos, neste caso, da República e da Europa.

 Ao nível pessoal e individual, a confiança é uma boa base para o funcionamento da democracia, pois se o indivíduo, ou seja, se cada um de nós tiver confiança na sua participação de cidadania, consegue uma boa influência junto do governante. E tanto mais quando se confunde a confiança com fé, um poder muito forte no nosso povo.

 Há, assim, que fazer exercícios sobre em quem se vai depositar a confiança para os próximos quatro anos, quer ao nível pessoal, quer ao nível da confiança empresarial, geradora de emprego e consequente bem-estar.

 O candidato que utiliza como slogan Confiança deve ser alvo de análise da mesma, para saber ser merecedor dela.

 Será que podemos confiar num ex-governante, inclusivamente da pasta da economia, cujo governo, e apesar da população ativa ter aumentado nos Açores, é responsável pelo aumento da taxa de desemprego para níveis recorde na Região? Sem mencionar o número elevado de postos de trabalho encapotados de pessoas em formação profissional e em rendimento mínimo.

 Será que podemos estar confiantes no seu poder de persuasão junto do governo da república, com tantos aspetos de fraqueza, como sejam, por exemplo, a diferença da cor partidária, a nódoa de ter alterado o projeto do navio Atlântida e depois recusado a embarcação, causando despedimentos e contribuindo para a insolvência desta indústria nacional?

 Mais, como podemos confiar que, ao nível das finanças públicas defenda os Açores, quando o seu governo assinou um memorando de entendimento (porque não tinha capacidade de amortizar um empréstimo !!?) com várias obrigações para a Região, dando um pontapé na autonomia? Que autoridade e confiança tem agora para alterar as regras do jogo, estando atado de pés e mãos?

 Que confiança transmite aos empresários Açorianos e Faialenses? Sabemos que a situação financeira não é boa, mas há obrigações de investimento, há ainda muito desenvolvimento para fazer, com obra e não só. Fruto do novo quadro comunitário de apoio de 2014-2020, são cerca de 1500 milhões de euros que vêm de Bruxelas para o desenvolvimento dos Açores; o que o candidato deveria fazer era apresentar as suas intenções de investimento, para os empresários se prepararem, para se criar valor e emprego com este precioso dinheiro que aí vem…

 Mas é natural que os empresários não tenham confiança, pois este candidato foi do governo que adjudicou a maior obra de sempre dos Açores a empresas de fora da Região e do País.

 Foi com este candidato que os empresários não souberam porque o projeto do porto mingou, porque a segunda fase ainda não avançou, nem opinaram sobre nada porque não lhes foi dada voz.

 Faz sentido pedir a confiança dos Açorianos e dos Faialenses e depois governar a belo prazer, sem dar conta do que se passa, para melhor acompanhamento e ganho de sinergias?

 Como podemos confiar num candidato que parece estar a concorrer ao órgão legislativo nacional, pois só fala na República? E sabendo que a austeridade nacional tem uma fatura pesadíssima de responsabilidade de erros de governos socialistas, faz crer que a responsabilidade é toda do governo atual, com pouco mais de um ano de funções?!

 Da sua campanha, os Faialenses apenas têm a referência Mar…, sabemos que é o caminho, mas a informação é escassa, é preciso muito mais, e até agora só foi dada a notícia duma escola marítima. Falta o essencial: onde, quando, em concreto qual o seu potencial real para nossa economia… sem resposta.

 Em contraponto, temos uma proposta de candidatura à presidência do governo sem medo das palavras, sem medo de criar efetivamente confiança, que duma forma clara e objetiva disse que impediria a saída de valências da Horta, que confiava nos cargos executivos faialenses para governar, que as valências da saúde eram para manter, que no próximo quadro comunitário de apoio teríamos enquadrado o investimento mais seguro e que gerará confiança na nossa economia.

 Assim, ou temos a certeza de que não se fará investimentos importantes no Faial e tudo será vago e generalista, ou temos confiança no discurso direto, sem medos…

 A decisão é fácil…

 


                                                                                                                                                                                      [email protected]

 

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