Conselho de Ilha de Janeiro 2012- Guilherme Marinho reconduzido na liderança do órgão

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Realizou-se segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012 a primeira reunião do Conselho de Ilha da Ilha do Faial.

Da ordem do dia, para além da análise da situação sócio economica da Ilha do Faial e das transferências para a CMH ao abrigo da Lei das Finanças Locais, foi ainda eleita a mesa para o ano corrente que continua a ser presidida por Guilherme Marinho Pinto, uma vez que não houve quaisquer lista a concorrer.

A eleição decorreu pacifica e ordeiramente, tendo sido registados 11 votos a favor e um branco.

Do primeiro ponto da ordem de trabalhos sobressaiu a conclusão de que “O Faial tem sido uma das ilhas dos Açores mais afectadas pela crise.”

Os conselheiros do Faial verificaram a situação sócio-económico da ilha ao nível das pescas, produção leiteira, turismo e construção civil e chegaram à conclusão que a maioria dos indicadores económicos apresenta dados negativos.

Humberto Goulart, representante da Câmara do Comércio e Indústria da Horta foi o primeiro a intervir para alertar para o facto dos comerciantes já registarem percas dramáticas, sobretudo no que ao volume de vendas diz respeito. Ainda neste sector, outra das preocupações manifestadas e que, de certo modo foi transversal a todos os sectores analisados está relacionado com o facto da banca não emprestar dinheiro, o que dificulta os investimentos.

José Agostinho, lavrador, presidente da CALF, e conhecedor dos lacticínios deixou uma mensagem positivista “é preciso empenho para que as coisas melhorem. O sector ainda não está numa situação tão dramática como os outros, mas com o aumentos dos custos fixos, se não aumentarmos os lucros o cenário pode alterar-se”.

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Para aquele responsável, a realidade é bem diferente no sentido de que “neste momento a CALF exporta e recebe toda a matéria prima que produz” e adianta “não temos problemas de comercialização, temos problemas de produção, porque os nossos animais estão sobre-aproveitados.”

O conselheiro Carlos Faria veio a terreiro explicar o porquê da apresentação dos dados indicadores e, verdade seja dita, a conclusão mais pertinente é de que não existem dados anteriores a 2009, pelo que “os dados apresentados não podem representar uma tendência.”

Apesar da insuficiência de dados a opinião unânime é de que o Faial, no contexto Açores, atravessa um periodo complicado.

Opinião esta corrobada por António Ávila, conselheiro da área dos produtores agrícolas, que revelou que, e, cinco anos, a redução foi de quase 2 milhões de euros, sobretudo no que concerne ao abate de animais fora do Faial.

Para António Ávila há que apoiar a área da diversificação agrícola, área que tem 109 projectos em fase de candidatura.

Também Evaristo Brum da CCIH e construtor, reafirmou as necessidades e dificuldades que o sector da construção atravessa, não por falta de vontade das pessoas em fazerem as suas casas mas “pela banca ter fechado a torneira”.

“Grande parte dos indicadores aqui apresentados dão ideia errónea da realidade. Parece-nos que o grande problema é de financiamento de economia” – a afirmação foi do  presidente da Câmara Municipal da Horta  que diz ainda que “a receita para este prognóstico, passa por encontrar uma terapêutica que perspective o dia de amanha melhor do que o dia de hoje.”

João Castro sublinhou no entanto que os pedidos de apoio de cariz social à CMH aumentaram na ordem dos 50% pelo que “a CMH tem tentado centrar a acção em dotar-se de recursos para actuar em situações de emergência social, porque só assim

conseguiremos manter o equilibrio e a capacidade de usufruir daquilo que a terra tem para dar”.

Terra Carlos, concentrou a sua análise nos dados sobre o desemprego e emprego e a ideia que sobressai é de que estás preocupado com o facto de não existirem dados oficiais mais actualizados sobre esta matéria. Reconhece todavia que em termos absolutos, no que ao número de inscritos no centro de emprego diz repeito não é um número elevado, todavia, no contexto Açores, “a nossa maior preocupação vai para o aumento dos pedidos de rendimento mínimo. Resta saber qual a tendência seguinte”.

No que ao sector da pesca diz respeito, os dados revelam um decréscimo de rendimento de 11%, e de menos 27% nas capturas: “perante isto concluiu-se que há menos matéria prima, logo é preciso avançar com medidas que contrariem a delapidação de stocks.

Também o conselheiro Luis Bruno defende que é preciso criar riqueza, e deixou no ar a questão “quando vamos ter novo matadouro na ilha do Faial?”.

O primeiro ponto da ordem de trabalhos, que ocupou mais de metade da reunião ficou-se pela manifestação de preocupação por parte dos conselheiros sobre a situação do Faial sem que qualquer medida tivesse sido tomada ou sem que se perspective qualquer medida mais concreta.

“O objectivo da mesa de conselho de ilha não era apresentar qualquer relatório mas sim fazer uma primeira abordagem sobre a situação socio-económica do Faial que, na nossa opinião fazia todo o sentido perante as dificuldades que vivemos para que outras abordagens, e quiçá propostas de medidas se possam seguir” – afirmou aos jornalistas Guilherme Marinho Pinto, já depois de eleito.

As transferências de verbas para a CMH ao abrigo da Lei das Finanças Locais voltou a estar em cima da mesa, com João Castro a reiterar o que havia dito no mesmo dia de manhã, a quando a assinatura dos protocolos de delegação de competências para com as juntas de freguesia.

O Edil reclama a verba em falta, alegando que faltam cerca de 500 mil euros referentes aos meses em falta de 2009 e 2010.

 

 

 

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