Continuação do Ciclo!

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Com a realização das eleições regionais, há documentos da máxima importância que serão entregues na Assembleia Regional dos Açores e dos quais os vários agentes económicos devem ter conhecimento e domínio, pois serão a ferramenta de trabalho nos próximos 4 anos.

São eles o Plano a Médio e Longo Prazo, este correspondente ao período da legislatura, e o Orçamento anual para 2013.

Como o gasto e/ou o investimento público têm um impacto considerável na geração de riqueza nesta região pobre, faz sentido que o sector empresarial se consiga posicionar e preparar, para estar apto a responder às oportunidades que irão surgir.

Há, para além destes documentos, fatores que condicionam os empresários, como a situação conjuntural, nomeadamente a existência de uma maioria absoluta, que levará, pelo menos, a uma estabilidade governativa, muito importante nos dias que correm, dando segurança ao investidor.

O único aspecto menos positivo é ser do mesmo quadrante político, pois a alternância democrática não funcionou nos Açores, que demonstraram ser muito conservadores, e por este andar teremos governos do mesmo partido com o mesmo tempo que na China ou na Venezuela de Hugo Chávez, e estaremos a afastar-nos das democracias modernas, ditas maduras, que conhecem a alternância democrática, com todos os seus benefícios numa multiplicidade de sectores e quadrantes de actuação. É o que se verifica, por exemplo, na Alemanha, em França ou, até mesmo, nos Estados Unidos, onde normalmente de 8 em 8 anos mudam as políticas, constituindo assim um contributo para o seu grau de desenvolvimento.

Outro aspecto a salientar nestas eleições regionais foi o factor justiça, contrariamente ao que se verificou no continente português, onde funcionou a alternância, mas da pior forma, já que os actuais governantes estão a ver-se gregos para pagar as dívidas geradas, em grande parte, pelos socialistas. Aqui sabe-se que, pelo menos, será o mesmo governo socialista a pagar as suas próprias e elevadas dívidas.

Isto é, numa primeira fase, antes da entrada em vigor do Plano a Médio Prazo e do Orçamento regional, o próximo Governo terá que pagar os seus próprios buracos e criar um clima de confiança nos empresários, pois são insustentáveis os prazos de pagamento elevados dos socialistas e têm dificultado enormemente a tesouraria das empresas regionais. Também se sabe que a escassez de moeda nos primeiros tempos, que será para pagar algumas dívidas, terá como justificação, claro está, o bode expiatório ideal, a República.

Mas este cenário os empresários facilmente dominam, pois tem sido o seu dia-a-dia durante anos. No caso do Faial, as expectativas são as mesmas, de continuação, a grande percentagem dos investimentos/gastos a realizar são iguais, eleição a eleição, desde a reabilitação dos caminhos agrícolas, à dragagem do porto da Horta e por aí fora.

Os investimentos mais expressivos financeiramente têm sido de substituição/modernização, quer ao nível do parque escolar, no sector da saúde, e a ampliação do porto, áreas onde se renovaram e modernizaram as condições de trabalho, mas na verdade não houve expansão propriamente dita, ou seja, um aumento significativo da capacidade instalada e um aumento de postos de trabalho.

Perante esta perspectiva de se manter quase tudo como está, há a renovação da esperança de, no processo autonómico, em que a descentralização é a pedra de toque, ter um faialense no Governo.

Sabemos que o peso do Faial no contexto regional tem diminuído, mas apelando ao princípio autonómico, e à semelhança do que acontece na Europa, onde as grandes potências quase se demitem de ter presidentes da Comissão Europeia, dando um sinal de grandeza da União, com presidentes que já foram do pequeníssimo Luxemburgo e agora de Portugal, e tendo ainda em conta que nesta legislatura o Faial esteve desprovido de figuras políticas, é desejável que desta feita tenha uma nova oportunidade.

Senão a qualidade, ou melhor, a falta dela, dos elementos socialistas faialenses para entregarem uma pasta do Governo ao mais alto nível, pode querer dizer que a autonomia, para além de não ser madura no que respeita à alternância, também é madrasta e centralista com o Faial.

Espero estar enganado e que haja neste próximo governo um secretário que, embora regional, dê passos nas poucas áreas inovadoras prometidas. Só assim podemos acreditar que vivemos em verdadeira autonomia.

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