Multifacetado, professor de Português, músico, cineasta e de volta à música, Gonçalo Tocha, confessa ao Tribuna das Ilhas que os seus gostos musicais e cineastas são tantos e variam com os tempos.
Uma cusiosidade deste alfacinha nascido na Mater-nidade Alfredo da Costa tem a ver com as suas cores preferidas, elegendo para a roupa o azul e para os objetos o vermelho.
Cor preferida: Depen-de para o que é. Para a roupa é o azul. Para os objectos é o vermelho.
Música preferida: Músicas são tantas e variam conforme os tempos, desde o punk, do sónico, do experimental, da clássica, do pop, do romântico. Mas bom, escolho uma canção dedicada aos românticos: “Cama e Mesa” de Roberto Carlos.
Filme de que mais gostou: Também varia conforme os tempos. Mas talvez o filme fulcral que mais me marcou há mais de 20 anos e determinou o que faço agora , por ser uma viagem cinematográfica imensa e múltipla, feita com um grande amor pelas pessoas que filma, é o “Route One, USA” de Robert Kramer.
Um programa de TV que não perde: Perco todos.
Desporto que pratica ou praticou: É uma falha, nunca pratiquei um desporto nem consigo praticar agora.
Passatempo preferido: Arrancar canas.
O livro que mais gostou: Outra vez, não tenho só um livro preferido. São muitos, por razões diferentes. Mas posso dizer o primeiro que me marcou, lido nas férias da escola secundária: “A Espuma dos Dias”, de Boris Vian
O livro que está a ler: Todos os livros que encontro sobre o culto do Espírito Santo nos Açores
Qual o seu destino de eleição para férias?
As férias, mais do que os locais, são tempos de abstração, momentos em que anulamos a pressão do tempo útil e restabelecemos um estar próximo do nosso ritmo instintivo básico que é a possibilidade de não fazer nada! Por isso agora, escolho sítios próximos, quanto mais próximos melhor. Agora, já não me faz sentido fazer grandes viagens de avião. Se for por mar ou por terra é melhor, porque o percurso até ao destino é a grande viagem.
Que local ainda não visitou mas que não passará sem o vir um dia a fazer?
Gronelândia, Terra-Nova, ilhas do Atlântico Sul, Ilhas Faroe e talvez, as ilhas do Pacífico.
O que é que não pode faltar na sua mala de férias?
Câmara fotográfica, um caderno, caneta, roupa, um canivete, uma lupa, uma lanterna.
Em que medida os olhos de um realizador observam de forma diferente os novos locais que encontra nas fé-rias? Já há muito tempo que não vou a um sitio de propósito de férias. A última vez que isso aconteceu foi para o Corvo, mas o Corvo é diferente de tudo. Como viajo muito para filmar, e eu sou feliz a filmar, o desejo de evasão fica imediatamente preenchido. Portanto, se tiver de fazer férias escolheria um local com o qual tivesse ou viria a ter uma vontade de trabalho. Assim o olhar fica mais capaz de inventar o sentido das coisas.
Que livro sugere para estas férias?
Para existencialistas um romance de Albert Camus, para patafísicos um de Alfred Jarry, para românticos um de Camilo de Castelo Branco.
E um filme, série ou programa de TV que aconselha para es-tas férias?
Nenhum!
E uma música para estas férias?
Acordar cedo e ouvir o início do canto dos pássaros nas primeiras luzes da manhã.