Lá se foi a Semana do Mar
Também a mosca do verão
Agora convém esperar
Pelos frutos da estação
Vem aí as eleições
Para entreter o povo
Vem aí os espertalhões
Não trazem nada de novo
Já o povo anda pasmado
Sem saber o que fazer
A olhar para o mercado
Para que lado vai crescer
Também o velho quartel
Vai ser todo modernizado
Com uma fábrica de papel
E este papel é selado
Para o lado da Conceição
Vai ser uma maravilha
Vão dar a extrema unção
A todo o povo da ilha
Já tem 30 e tal propostas
A Câmara Municipal
Só falta abrir as portas
Para entrarem no Faial
Agora vão endireitar
Tudo o que andava torto
Em breve vão começar
As obras no aeroporto
Trabalhos não vão faltar
Nem prata nem ouro
E as águas vão chegar
Às Termas do Varadouro
Castelo Branco e Feteira
Estão pertinho do muro
Tem que ir à Caldeira
Com os turistas de burro
Agora é que vai ser
Está o vento de bom lugar
Custa pouco prometer
Custa mais é a pagar
E lá vai o Zé Povinho
Com os bombos a tocar
À espera dum beijinho
Vão vendo a banda passar
Nós temos muitos políticos
E todos muitos jeitosos
Todos eles muito críticos
Mas tem muitos mentirosos
A mentira tem um mal
Tem uma cola que pega
Mas a mentira só vale
Até que a verdade chega
Lá se despede o Caetano
Já tenho pouco espaço
Continuação de bom ano
Para todos um abraço
Em breve vou a Lisboa
Tratar do meu coração
Como sou má pessoa
Vou pedir a Deus perdão
De todos me vou despedir
Quer gostem de mim ou não
E a Deus eu vou pedir
Para todos seu perdão
Vão ter que dar desconto
Pois eu já não sei escrever
Mas ao meio dia em ponto
Começou a terra a tremer
Texto escrito a 10 de outubro 2016