Editorial

0
16

Ao dar uma volta pela nossa cidade tive um toque de melancolia… comecei a minha carreira, como é sabido, no Correio da Horta, que tinha a sua reda- ção instalada no primeiro andar da Rua Comendador Ernesto Rebelo. Hoje, ao passar fora daquele imponente edifício, recordo com saudade quando nós, os funcionários daquela casa, nos sentávamos no degrau da montra à espera da hora de entrada. Eram momentos de amena cavaqueira.

Foram 5 anos da minha vida muito felizes, repletos de peripécias e aprendizagens. Naqueles corredores ora estava na redação, ora ia ao sector da montagem e revelação de chapas, como descia a escada e ia ver o decorrer dos trabalhos na oficina, onde o Helder Escobar, o senhor José Carlos e o senhor Rui eram mestres. Num instante punhame na livraria a “chatear” a Dona Alcinda e a Dona Estela. Hoje… estas sensações não passam de memórias.

Memórias amargas se tivermos em conta que o jornal mais antigo do Faial fechou portas e, anos depois, a livraria lhe seguiu o mesmo caminho. O edifício está ao abandono. Chove dentro. Existe dentro daquelas quatro paredes imenso material que poderia ser doado a crianças mais necessitadas, desde cadernos, lápis, mochilas, tesouras, entre outros… e que estão a estragar-se.

Pergunto-me, sendo da Diocese, não teria a Diocese a obrigação, pelo menos de moral, de assim proceder? Saudade… saudade de um tempo que não volta, saudade de pessoas que me marcaram e de um edifício que será, daqui a nada, mais um “mamarracho” no centro da cidade.

Antes que tudo caia, antes que haja um desastre, vamos tentar perceber o que se pode fazer dali. Seria pertinente se a Diocese se unisse a outras instituições para tentar salvaguardar algum desse espólio. Afinal de contas, quem não se lembra de ir à livraria do Correio da Horta? M

O MEU COMENTÁRIO SOBRE ESTE ARTIGO

Por favor escreva o seu comentário!
Por favor coloque o seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!