O Comité de Coordenação da Rede Europeia de Geoparques decidiu no dia 21 de março, em Paris, na sede da UNESCO, admitir o Geoparque Açores na rede. Recorde-se que, em setembro do ano passado, em Arouca, o geoparque açoriano tinha falhado a entrada na Rede, na 11.ª Conferência Europeia de Geoparques.
Com esta decisão do Comité, o Geoparque Açores torna-se no 91.º geoparque da Rede Europeia, e passa a integrar também a Rede Global de Geoparques.
O Geoparque Açores tem 121 geossítios espalhados pelas nove ilhas. Por isso, é o primeiro geoparque das redes Europeia e Global a ser constituído por um arquipélago, como, de resto, explicou o seu presidente, José Leonardo Silva, numa conferência de imprensa, na manhã de hoje, que serviu para apresentar a estratégia para o futuro.
Na ocasião, José Leonardo Silva congratulou-se com este culminar do processo de candidatura do Geoparque Açores à rede europeia, iniciado em outubro de 2011. O presidente do Geoparque Açores salientou o “trabalho de equipa” desenvolvido, agradecendo especialmente ao coordenador científico, João Carlos Nunes, e ao coordenador geral, Manuel Paulino Costa, bem como ao Governo dos Açores, pelo apoio ao projeto.
José Leonardo lembra, no entanto, que “este não é um ponto de chegada, mas um ponto de partida”, até porque dentro de quatro anos o Geoparque será alvo de nova avaliação, que ditará a sua manutenção ou não na rede.
Agora, entende o responsável, é preciso criar novos produtos e serviços ligados ao geoarque, que potenciem retorno económico, essencialmente por via do turismo especializado.
Para já, serão levadas a cabo reuniões de trabalho para dotar todos os geossítios de sinalização adequada e respectiva informação. De acordo com José Leonardo, estão também a ser desenvolvidos projetos para as escolas da Região, ao mesmo tempo que se dá continuidade às cartas de geossítios das ilhas, esperando-se para breve a conclusão da carta de São Jorge. Envolver os empresários locais nesta dinâmica é outra das prioridades.
Também o diretor regional do Ambiente se congratulou com a entrada do Geoparque Açores na rede europeia, destacando o impacto que este reconhecimento internacional pode trazer para o turismo açoriano. Hernâni Jorge reconheceu as dificuldades deste percurso, chamando a atenção para o facto delas se deverem, em grande parte, à descontinuidade do território açoriano e ao objectivo de fazer com que todo o arquipélago constitua o Geoparque. Esta dificuldade, entende, pode agora ser vista como uma oportunidade, esperando-se que os Açores possam tirar retorno do facto de serem o único geoparque arquipélago da rede.