Na IV Convenção Regional do Bloco de Esquerda (BE), o partido elegeu Lúcia Arruda e Paulo Mendes para a nova Comissão Coordenadora Regional, da qual fazem ainda parte os faialenses Sílvia Machado, Berta Terra e Mário Moniz. Neste encontro, o BE aprovou a moção política global denominada “Autonomia contra a austeridade”, debateu e aprovou ainda algumas alterações aos Estatutos, que se prendem com a criação de Comissões Concelhias.
Realizou-se no passado fim-de-semana, em Ponta Delgada, a IV Convenção Regional do BE, que serviu para aprovar a única moção política global, denominada “Autonomia contra a austeridade”, no qual os militantes do partido debateram um conjunto de moções setoriais.
Neste encontro foram votadas, ainda, algumas alterações estatutárias, que se prendem com a criação de Comissões Concelhias, e eleita uma nova comissão coordenadora regional, para os próximos dois anos, encabeçada por Lúcia Arruda e Paulo Mendes.
Presente nesta reunião, tendo mesmo integrado a sua Comissão Organizadora, esteve Mário Moniz, que faz agora parte da nova Comissão Coordenadora Regional.
Ao Tribuna das Ilhas, Mário Moniz referiu que a Moção Política “resulta dos mais variados contributos, quer coletivos, emanados de Comissões Coordenadoras de Ilha, quer individuais, de aderentes ou mesmo de pessoas que, não fazendo parte da organização, quiseram participar na construção deste importante documento de trabalho que orientará a política e as linhas de ação do BE/Açores nos próximos dois anos”.
Quanto ao tema da moção, o bloquista destaca a importância da autonomia como ferramenta de combate à austeridade: “a autonomia, no nosso entender, é uma arma determinante na luta contra a austeridade que nos estão a impor”, disse, acrescentando que, esta “já foi utilizada pelo Governo Regional para minimizar alguns cortes cegos que o Governo da República decretou de forma descriminada sobre quem trabalha”. “Queremos utilizar todas as prerrogativas do nosso Estatuto para evitar o desastre que será para os Açores a aplicação das medidas revanchistas do Governo PSD/CDS”, reforçou.
No que diz respeito às alterações aos Estatutos do partido, o militante explica que “resultam da dinâmica que o BE tem desenvolvido nos Açores”. “À medida que se organizam núcleos setoriais e de circunscrição geográfica, cresce também a necessidade de organização, de forma a dar resposta às solicitações dos aderentes, à divulgação do trabalho desenvolvido e à discussão política das ações desenvolvidas e a desenvolver”.
Segundo Mário Moniz, “as Comissões Concelhias facilitam e aligeiram a tomada de decisões específicas, e facilitam o trabalho autárquico”. “No caso específico do Faial e das outras ilhas com apenas um concelho, não há qualquer alteração de funcionamento, uma vez que a Comissão Coordenadora de Ilha assume as funções concelhias”, esclarece.
Lúcia Arruda e Paulo Mendes são “solução ideal” para o partido
Questionado sobre a eleição de Lúcia Arruda e Paulo Mendes, Moniz defendeu que “resulta da natural renovação de quadros”, defendida pela até agora coordenadora, Zuraida Soares.
“A Zuraida é responsável por um extraordinário trabalho e ficará indelevelmente referenciada na história do partido nos Açores”, entende considerando que os novos líderes regionais são “conhecedores da organização que têm acompanhado e têm as melhores condições para fazer as pontes entre o trabalho político de base e o trabalho parlamentar. É, sem dúvida, a solução ideal”.
Nova coordenação paritária
Nesta convenção Zuraida Soares deixou a coordenação do partido, que assumia desde 2004. A nova coordenação agora paritária é composta por Lúcia Arruda, de São Miguel, e Paulo Mendes, da ilha Terceira.
A IV Convenção Regional do BE contou com a participação do líder parlamentar do partido na Assembleia da República, que deu arranque ao encontro com a conferência “Os Açores no contexto do imperialismo global” e terminou com a intervenção da porta-voz da comissão coordenadora regional, Zuraida Soares e da coordenadora nacional, Catarina Martins.
